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Juros ganham força com dólar em meio à releitura sobre reforma da Previdência

17/01/2019

Após iniciar a sessão oscilando ao redor da estabilidade, os juros futuros de médio e longo prazos se firmaram em alta e ampliaram o ganho na manhã desta quinta-feira, 17, paralelamente ao fortalecimento do dólar ante o real. O leilão de títulos do Tesouro, no fim da manhã, está no radar do mercado de renda fixa.

A correção de alta das taxas representa um realinhamento à valorização da moeda americana predominante no exterior e a precificação de uma mudança de leitura nas mesas de operação sobre a reforma da Previdência.

Um profissional de câmbio afirma que o mercado local passou a ter uma nova percepção sobre a reforma da Previdência, de que o governo Bolsonaro poderia ter dificuldades em aprovar uma proposta tão abrangente como quer o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Em função disso, o mercado já está buscando no dólar alguma forma de proteção, a exemplo de ontem quando o dólar subiu aqui mas fechou em baixa majoritária no exterior”, afirma.

Mais cedo, o vaivém do dólar ante o real nos primeiros negócios conduziu oscilações dos juros futuros ao redor da estabilidade, indicando um efeito limitado do ligeiro avanço do IBC-Br de novembro sobre os negócios.

Após avançar 0,02% em outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,29% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, informou o Banco Central.

O índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,29 pontos para 139,70 pontos na série dessazonalizada no período. Este é o maior patamar para o IBC-Br com ajuste desde junho de 2015 (139,93 pontos). A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, que esperavam resultado entre -0,11% e +0,90% (mediana em +0,20%).

Na comparação entre os meses de novembro de 2018 e novembro de 2017, houve alta de 1,86% na série sem ajustes sazonais, para 138,68 pontos, ante 136,15 pontos de novembro do ano passado. Neste caso, o desempenho ficou acima do apontado pela mediana (+1,80%) das previsões de analistas (+1,40% a +2,40% de intervalo).

O patamar de 138,68 pontos também é o melhor para meses de novembro desde 2014 (144,92 pontos). Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão atual do BC para a atividade doméstica em 2018 é de avanço de 1,3% e, para 2019, é 2,4%.

Autor: Silvana Rocha
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