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Juros fecham nas máximas com dólar em alta e noticiário menos otimista

15/01/2019

As taxas de juros negociadas no mercado futuro fecharam em alta em toda a curva nesta terça-feira, 15, em um movimento de correção atribuído ao noticiário escasso e menos otimista. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam nas máximas do dia. Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que o mercado mantém a expectativa positiva em relação à reforma da Previdência, mas a ausência de fatos concretos tira o fôlego dos ativos, que passam a ficar mais suscetíveis a realizações de lucros.

À tarde, causou alguma frustração a informação do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que o presidente Jair Bolsonaro só baterá o martelo sobre a proposta da Previdência após a viagem ao Fórum Econômico de Davos, perto do final do mês. Como o encaminhamento da proposta a Bolsonaro foi prometido pela equipe econômica para esta semana, a expectativa era de que houvesse nos próximos dias mais informações sobre a matéria que será encaminhada ao Congresso.

A afirmação contribuiu para consolidar o viés de alta do dólar, que também foi fortalecido por influência internacional. Em discurso no parlamento europeu, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, alertou que o crescimento na zona do euro tem sido mais fraco que o esperado. A fala do dirigente favoreceu um fortalecimento do dólar ante moedas de países fortes.

“O mercado de juros segue otimista, mas evidentemente mantém a moderação. Neste momento de compasso de espera, qualquer notícia relacionada a política monetária no exterior ou política fiscal no Brasil é capaz de deflagrar correções”, disse André Alírio, especialista em renda fixa da Nova Futura Investimentos.

Ao final dos negócios na sessão estendida da B3, o DI para liquidação em janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,61%, ante 6,57% do ajuste de segunda-feira. O DI para liquidação em janeiro de 2021 projetou 7,45%, de 7,37% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2023 fechou com taxa de 8,51%, ante 8,42% do ajuste de segunda-feira. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2025 teve a taxa elevada de 8,92% para 9,02%.

A rejeição do acordo do Brexit, embora já fosse esperada, foi outro fator negativo no período da tarde. Às 17h40, quando o mercado operava na sessão estendida, o parlamento britânico reprovou o acordo para retirada do Reino Unido da União Europeia por 432 votos a 202. A reprovação já era esperada, mas o placar foi considerado como uma grande derrota da primeira-ministra Theresa May. A libra teve reação discreta em baixa ante o dólar.

Autor: Paula Dias
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