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Dólar sobe para perto R$ 3,81 com desconforto sobre Previdência e fluxo fraco

23/01/2019

O dólar inverteu o sinal e passou a subir, atingindo uma máxima em R$ 3,8098 (+0,10%). Perto do fim da manhã desta quarta-feira, 23, a cotação voltou a rondar a estabilidade, mas permanecia no nível dos R$ 3,80.

“A moeda ante o real inverteu a mão e subiu pontualmente, em um movimento totalmente descolado da queda do dólar no exterior, por busca por proteção de tesourarias de bancos que não estão confortáveis com as explicações tanto do presidente Bolsonaro como do seu ministro Paulo Guedes em relação à reforma da Previdência, afirma Jefferson Rugik, diretor superintendente da Correparti.

Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o ajuste de alta dólar responde a dois fatores principais.

“Aqui, com a queda recente de juros futuros, o cupom cambial caiu paralelamente e desestimula a compra de reais”, afirma Perfeito. “Não há incentivo para o investidor estrangeiro trazer dinheiro para cá, por causa do diferencial de juros apertado”, comenta.

Além disso, há perspectiva de encerramento da paralisação parcial do governo norte-americano e ainda uma percepção ruim do investidor estrangeiro em relação à aproximação da imagem do presidente Bolsonaro com o presidente americano, Donald Trump. “Só no Brasil essa comparação é bem vista por alguns”, afirma.

Autor: Silvana Rocha
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