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Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com Fed, balanços e indicadores

31/01/2019

As bolsas europeias fecharam sem sinal único, nesta quinta-feira, 31. No início dos negócios, o tom foi mais positivo, apoiado pela sinalização de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deve ter pressa para elevar os juros nos Estados Unidos. Além disso, influíram outra questões, como indicadores, balanços corporativos e discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE).

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,04%, em 358,67 pontos.

A postura mais cautelosa do Fed, sem pressa para subir os juros, agradou investidores nos mercados acionários, apoiando a tomada de risco. Além disso, houve expectativa por notícias sobre o diálogo comercial entre americanos e chineses, que ocorre em Washington. Hoje, o presidente americano, Donald Trump, deu declarações otimistas sobre a possibilidade de um acordo, mas disse que este só pode acontecer após uma reunião entre ele e o presidente chinês, Xi Jinping.

Na Europa, um sinal negativo veio da Itália, onde o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2% no quarto trimestre, ante previsão de queda de 0,1%, o que confirmou recessão técnica no país. No terceiro trimestre, o PIB italiano havia recuado 0,1%. Para o JPMorgan, não está claro o que pode ser feito, já que não há espaço fiscal para estimular a economia. O banco acredita que o resultado pode levar o governo da Itália a mostrar mais compromisso com suas metas orçamentárias de médio prazo e com uma agenda de reformas. O premiê Giuseppe Conte afirmou que o recuo é “transitório” e citou a “guerra comercial” entre EUA e China como fator, além de prever um “ressurgimento” econômico italiano ao longo de 2019, enquanto analistas em geral mostram mais ceticismo.

Na zona do euro, o PIB avançou 0,2% no quarto trimestre ante o terceiro, com expansão anual de 1,2%, em linha com o esperado. A taxa de desemprego da região seguiu em 7,9% em dezembro, como previsto. Na Alemanha, as vendas no varejo recuaram 4,3% em dezembro ante novembro, ante expectativa de queda de 0,6%.

Ainda na Alemanha, uma autoridade local afirmou ao Wall Street Journal que o governo da chanceler Angela Merkel pode apoiar a fusão entre o Deutsche Bank e o Commerzbank, em meio ao ceticismo de acionistas e clientes sobre a saúde dos dois bancos. Os dois papéis tiveram queda considerável em Frankfurt.

Também presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, dirigente do Banco Central Europeu (BCE), defendeu um processo de normalização gradual da política monetária na zona do euro, que “deve durar muitos anos”.

Na agenda de balanços, Royal Dutch Shell registrou avanço de 138% em seu lucro líquido no quarto trimestre, na comparação anual. Em Londres, a ação subiu 3,78% hoje. Na bolsa londrina, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,39%, em 6.968,85 pontos. A petroleira BP subiu 1,70% e a mineradora Glencore, 1,38%, mas no setor bancário Lloyds caiu 0,74%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,08%, a 11.173,10 pontos. Entre os bancos, Deutsche Bank caiu 3,96% e Commerzbank perdeu 6,68%. Já no setor de energia, E.ON avançou 0,91%.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 subiu 0,36%, a 4.992,72 pontos. Orange subiu 0,44% e Visiomed Group, 3,88%, mas Vallourec caiu 8,05%, entre as ações mais negociadas.

Em Milão, o FTSE-MIB recuou 0,21%, a 19.730,78 pontos. Entre os papéis mais negociados, Intesa Sanpaolo teve baixa de 3,21%, mas Telecom Italia avançou 4,97%.

Na bolsa de Madri, o índice IBEX-35 caiu 0,16%, a 9.056,70 pontos. Santander caiu 1,60%, enquanto Iberdrola teve alta de 1,29%.

O índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, teve ganho de 0,20%, a 5.129,02 pontos. Altri subiu 0,98%, Banco Comercial Português recuou 1,19% e Galp Energia teve alta de 1,11%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Autor: Gabriel Bueno da Costa
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