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Taxas de juros oscilam perto da estabilidade após Copom e com dólar fraco

01/11/2018

Os juros futuros oscilam ao redor da estabilidade na manhã desta quinta-feira, dia 1º, após terem iniciado os negócios com viés de baixa, em linha com a desvalorização do dólar ante o real e no exterior. Na quarta-feira, 31, as taxas fecharam com viés de baixa nos vencimentos mais curtos e de alta nos mais longos.

Às 9h53 desta quinta, o DI para janeiro de 2021 estava em 8,13%, ante 8,12% no ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2023 indicava 9,26%, de 9,27% no ajuste da véspera. No câmbio, o dólar à vista caía 0,69% neste horário, a R$ 3,7027. O dólar futuro de dezembro recuava 0,54%, a R$ 3,7115.

A decisão do Copom de manter a Selic em 6,5% já era amplamente esperada e gera reação limitada das taxas. No comunicado do Copom, o Banco Central sinalizou que o risco de as reformas econômicas não continuarem pode ter diminuído no Brasil, ainda que não tenha se referido à eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. “O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, diz o comunicado.

O economista-sênior do Haitong Banco de Investimento, Flávio Serrano, disse nesta quarta-feira ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a curva tende a seguir mais a dinâmica dos mercados do que reagir ao comunicado.

“O texto veio dentro do esperado, sem surpresa. O BC continua colocando alguma assimetria no balanço de riscos, para mais inflação do que para menos, mas isso diminuiu em relação ao anterior. Esse é o destaque, mas a mensagem geral é a mesma”, afirmou.

Investidores olham também a queda de 1,8% da produção industrial brasileira em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O recuo foi bem maior que a mediana das projeções, que indicavam uma variação negativa de 0,9%. Ainda assim, o resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 2,80% até uma alta de 0,60%.

No radar está também reunião entre o juiz Sérgio Moro com Bolsonaro, que ainda ocorria às 10h. A expectativa é a de que o juiz da Lava Jato na primeira instância aceite o convite para ir para o Ministério da Justiça.

O mercado também monitora as chances de ao menos parte da reforma da Previdência passar este ano, como pretende Bolsonaro. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), no entanto, descartou na quarta votar essa reforma ainda na gestão Michel Temer.

Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,48% em outubro, em leve aceleração ante a alta de 0,45% registrada em setembro, abaixo da mediana de 0,55% obtida em pesquisa do Projeções Broadcast com instituições do mercado e dentro do intervalo, que ia de 0,47% a 0,58%.

O feriado desta sexta-feira, dia 2, no Brasil pode trazer alguma cautela mais tarde, uma vez que nos Estados Unidos será divulgado o relatório de emprego de outubro na sexta e os mercados vão funcionar normalmente.

Autor: Silvana Rocha
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