Variedades

Robin Wright e Claire Underwood enfrentam desafios parecidos em House of Cards

01/11/2018

Na cena de abertura da sexta e última temporada de House of Cards, que chega ao serviço de streaming Netflix nesta sexta-feira, 2, a personagem Claire Underwood, vivida por Robin Wright, agora presidente dos EUA, é informada de ameaças contra sua vida que surgem na internet. Muitas com conteúdo de ofensa por ela ser mulher, outras pessoas preferindo o trabalho do seu, agora morto, marido, Frank.

É uma situação não muito distante do que a própria Robin Wright tem enfrentado nos últimos meses, desde que a Netflix demitiu o ator Kevin Spacey, que vivia o até então presidente na série e marido de Claire, Frank Underwood. Spacey foi acusado, por várias vezes, de assédio sexual por atores e pessoas com quem trabalhou nas últimas décadas. Alguns casos estão na Justiça.

“Como se não bastasse tirar o Kevin, transformaram a série numa palhaçadas de feminismo”, diz um dos comentários do trailer no canal oficial da Netflix Brasil no YouTube. “A série acabou com a saída do Kevin”, diz outro usuário. A Netflix, de fato, iria cancelar a série, mas foi a própria Robin quem convenceu o serviço de streaming e a produtora MRC de que a história de Claire merecia o fim, além de, assim, ter salvado o emprego de centenas de funcionários que trabalhavam na produção de House of Cards.

“Fiquei muito feliz que a Netflix e a MRC, juntamente, decidiram dar um final verdadeiro para a série, finalizá-la do jeito que sempre planejamos”, disse a atriz em uma entrevista publicada esta semana pela revista Variety. Segundo Wright, desde o começo da série estava claro de que Claire, eventualmente, assumiria a presidência. “Estivemos numa trajetória, desde o primeiro dia, em que Claire se tornaria a primeira mulher presidente. Sabíamos que este seria o capítulo final. Como chegar lá era a questão.”

Ainda na entrevista, a atriz, que também é produtora de House of Cards, comentou sobre a chance de voltar a dirigir episódios da série nesta temporada final. “As únicas vezes em que se falam sobre mulheres diretoras é quando você tem uma história (…) porque é a história de uma mulher, mas você não ouve o contrário”, critica Wright. Relembrando seu papel no filme Mulher Maravilha, a atriz fala sobre a importância de retratar mulheres fortes. “Sinto gratidão de, na minha idade, viver lideranças femininas fortes, que simbolizam ideias e metodologias formidáveis”, completa. “Elas lutam por igualdade e justiça.”

Autor: Pedro Rocha, especial para o Estado
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