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Pássaro ferido

14/11/2018
Pássaro ferido

A bem da verdade, o Novo Presidente da República eleito em 28 de Outubro, Capitão Jair Bolsonaro é verdadeiramente um Pássaro Ferido, na expressão de Noemi Nonato, pois “quem olha para mim não sabe o que passei para chegar aqui; quantas vezes disse a mim, é o meu fim, não vejo saída, ou não… Quem me vê assim não sabe que andei nas madrugadas; mesmo não achando graça em nada, buscava disfarçar a minha dor…” Mas, esse pensamento duvidoso e sofrido não abalou a Fé do candidato do PSL, que começou na liderança da disputa presidencial com 17% na intensão de votos nas pesquisas oficiais, ficando a frente de Fernando Haddad do PT que despontou com apenas 2% nas pesquisas, abaixo de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e de Álvaro Dias (Podemos).

Claro que o Candidato Jair Bolsonaro teria que passar por uma grande experiência e uma trágica provação para se sustentar na Liderança da corrida presidencial. De antemão, ele foi orientado por meio de correligionários que articularam uma estratégia que lhe daria destaque político e visualidade no mundo social. Esses colaboradores intensificaram uma busca para contratar uma empresa especialista que pudesse fazer uso da tecnologia digital, aplicando o método infalível de espalhar mensagens positivas em defesa do Candidato no Twitter e de se infiltrar em grupos de grande influência na opinião pública, como Facebook e Whatsapp, difundindo textos e imagens que sugerissem um movimento político espontâneo do povo simples e apartidário. A tática foi bem sucedida. Aliás, o Magnata Norte Americano, Donald Trump fez uso indiscriminado das redes sociais para criar um perfil de “Salvador da Pátria” e ganhar às ruas. A internet foi a sua principal ferramenta para disseminar a ideia de que ele era o melhor entre os candidatos à Presidência da República.

Em 2018, o Deputado Federal Jair Bolsonaro, parlamentar em seu quarto mandato eletivo, filiou-se ao Partido Social Liberal (PSL) e lançou-se candidato à Presidência da República, fazendo sua campanha por meio das redes sociais e apostando em um discurso conservador dos bons costumes, de recuperação da economia e de combate à corrução e à violência urbana. Por meio das Redes Sociais e participação da elite econômica mobilizou um grande número de admiradores entre os cidadãos comuns. Empresários, Promotores de Justiça, Maçons, Evangélicos e Católicos, entre outros seguimentos sociais aderiram ao movimento político, que se dizia espontâneo, mas que tinha uma pretensão declarada: interromper o ciclo de vitórias do PT, que vinha tendo desde 2002, tendo como alvo o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, atualmente condenado e preso.

Talvez a trajetória do Deputado Jair Bolsonaro rumo à Presidência da República do Brasil tivesse sido interrompida pela astúcia e competência na articulação do PT e seus aliados, se não tivesse ocorrido o Atentado Criminoso ao Candidato no dia 6 de setembro de 2018, na cidade de Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais. Jair Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen no momento em que estava em meio a uma multidão fazendo campanha eleitoral. Bolsonaro foi levado à Casa de Misericórdia da cidade, onde se submeteu a uma cirurgia. A facada atingiu o intestino delgado e o intestino grosso. Depois da cirurgia, o Candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein em São Paulo. No dia 13, depois de diagnosticado com aderência no intestino, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência que foi bem sucedida. A partir de então, por segurança, evitou sair de casa. O agressor foi preso e levado para a Polícia Federal para prestar interrogatório. Esse episódio abalou o país, afinal a nossa cultura não aceita nem permite atentados contra candidatos durante a campanha eleitoral. Não é essa a nossa práxis republicana. E tanto isso é verdade que, no primeiro turno das eleições, realizado em 7 de outubro, Jair Bolsonaro ficou em primeiro lugar, passando para o segundo turno, quando derrotou o petista Fernando Haddad em dia 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos. No seu discurso da vitória, Bolsonaro declarou que seu governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Ademais, Jair Bolsonaro, o Pássaro Ferido, tornou-se um fenômeno eleitoral ao vencer as eleições, filiado a uma legenda sem grandes alianças, com pouco tempo de TV e de rádio e longe das ruas e dos grandes comícios, depois do atentado sofrido por um desafeto. Pensemos nisso! Por hoje é só.