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A morte anunciada do Pároco

21/11/2018
A morte anunciada do Pároco

Três anos antes da sua morte, o vigário geral da Diocese de Palmeira dos Índios, padre Odilon Amador dos Santos, aos 83 anos, anunciou que deixaria a administração paroquial da Catedral de Nossa Senhora do Amparo. O anúncio foi feito através de uma carta aberta que o mesmo enviou às famílias católicas da cidade. Disse ele em sua missiva: “Dediquei toda a minha mocidade e boa parte da minha velhice a esta paróquia. Já não tenho mais a mesma disposição de outrora”. “Tenho-me sustentado na proteção de minha mãe, Nossa Senhora, na dedicada atenção de meu coadjutor, padre Antônio Bernardo (vigário paroquial), que me tem auxiliado, como o Cireneu, a subir os últimos degraus de meu Calvário, na compreensão e na caridade de nosso bispo Dom Dulcênio, e na firme fé do nosso povo”.

Mas ele bem que poderia ter continuado na Catedral que reformou por várias vezes junto com Monsenhor Xavier de Macedo buscando o perfil de Catedral. Nada impedia de ter ao seu lado um Pároco mais jovem para lhe auxiliar até o último dia de vida.  Mas isso não foi feito. O Reformador da Catedral Diocesana de Nossa Senhora do Amparo foi descartado como um objeto sem uso, quando ele ainda tinha o vigor da fala, do raciocínio lógico e da experiência pastoral. Isso é fato, porque ele nunca perdeu sua lucidez até o dia da sua morte.

Padre Odilon Amador dos Santos era natural de Pão de Açúcar, no sertão de Alagoas. Ingressou na carreira sacerdotal quando ainda era adolescente. Foi ordenado em 1955, aos 23 anos de idade. Naquele mesmo ano veio para Palmeira dos Índios com a finalidade de colaborar com o pároco da Matriz de Nossa Senhora do Amparo. Permaneceu com monsenhor Francisco Xavier de Macedo até o ano do falecimento deste Pastor, em 1963. Sabe-se que o Padre Odilon Amador contribuiu para a criação da Diocese de Palmeira dos Índios, ao lado de Monsenhor Macedo. Após a fundação da Diocese de Nossa Senhora do Amparo, o Pároco da Matriz foi afastado para dar lugar ao primeiro Bispo Diocesano, Dom Otávio Aguiar, ficando à disposição da Paróquia de São Cristóvão, nesta cidade. A partir de então, o padre Odilon assumiu a paróquia de Nossa Senhora do Amparo até 1978, quando se afastou do ministério sacerdotal para casar-se. Mas, sua esposa faleceu após um ano de vida em comum. Retornou à vida sacerdotal, reassumindo a Paróquia em 1984 e permanecendo na Catedral Diocesana até o ano de 2012. Foram 50 anos de atividades na Igreja de Nossa Senhora do Amparo.

No entanto, no dia 5 de dezembro de 2015, Monsenhor Odilon Amador dos Santos (título honorifico a ele consagrado) faleceu aos 87 anos de idade em sua residência na Rua 20 de Agosto, bairro São Cristóvão. Uma multidão de fiéis esteve na Catedral Diocesana para rezar e dar adeus ao Padre Odilon Amador dos Santos, que tinha o hábito de responder aos seus fiéis: “Estou melhor do que mereço”.

Ele serviu a quatro (4) Bispos Diocesanos na Catedral de Nossa Senhora do Amparo, entre 1962 a 2012. Foi um excelente evangelizador, professor e diretor de escolas públicas. Lecionou por vários anos no Colégio Estadual Humberto Mendes.

Foi sepultado ao lado da Catedral de Nossa Senhora do Amparo, na Praça Bom Pastor, três (3) anos depois de ter renunciado ao cargo de Vigário da Diocese de Palmeira dos Índios. Isso aconteceu no dia 5 de dezembro de 2015. Já fazem três (3) anos…

No mais, confesso que fui batizado pelo Padre Francisco Xavier de Macedo, Pároco da Matriz de Nossa Senhora do Amparo, na década de 50. O Padre Odilon Amador dos Santos, que seria mais tarde o Vigário Paroquial da Matriz, ainda vivia em Pão de Açúcar (AL), sua terra natal. Sua chegada à Palmeira dos Índios só veio acontecer no ano de 1955, após sua ordenação sacerdotal, aos 23 anos de idade. Mas, o padre Odilon Amador, na função de Vigário auxiliar do Monsenhor Macedo, indicado pelo bispo de Penedo, Frei Felício da Cunha Vasconcelos, foi protagonista da luta incansável do seu Pároco para a criação da Diocese de Palmeira dos Índios. Na opinião do Bispo Emérito palmeirense, Dom Jorge Tobias de Freitas: “foi uma luta semelhante à de Davi contra Golias…” Pensemos nisso! Por hoje é só.