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Juros viram na etapa estendida e fecham sessão em queda

27/11/2018

Após passarem o dia oscilando entre a estabilidade e alta moderada, os juros futuros experimentaram um ligeiro alívio na etapa estendida. Houve aumento do otimismo com a perspectiva de fechamento de um acordo para a votação do projeto de revisão da cessão onerosa das áreas do pré-sal no Senado.

A sessão foi de volume robusto. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a jornada estendida em 7,00%, de 6,972% no ajuste de segunda e 7,01% na sessão regular desta terça. A taxa do DI para janeiro de 2021 terminou em 7,96%, de 8,00% na regular Dest terça e 7,983% no ajuste de segunda. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 9,21%, de 9,233% no ajuste e 9,24% na regular desta terça. O DI para janeiro de 2025 encerrou em 9,74%, de 9,762% no ajuste de segunda e 9,77% na regular desta terça.

A terça-feira foi fraca em termos de agenda e noticiário capazes de imprimir ritmo às taxas e, assim, a movimentação esteve pautada mesmo por fatores técnicos e fluxos, na sequência do movimento de realização de lucros já visto na segunda, mas nesta terça descolando a curva a termo da trajetória de alívio do câmbio. “Se olharmos bem, a curva está praticamente parada hoje. O movimento parece ser mais técnico, com alguns fundos se desfazendo de posição”, afirmou o economista-chefe da GAP Economics, Gustav Gorski.

As novidades ficaram para o fim do dia, depois que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse esperar o fechamento de um acordo para colocar em votação, ainda nesta terça-feira, 27, o projeto que revisa a cessão onerosa da Petrobras. “O acordo está muito próximo, espero que seja possível (votar) ainda hoje (terça|”, afirmou. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que, após reunião de líderes nesta tarde, senadores da base do governo e da oposição aceitaram votar o projeto entre esta terça e quarta, desde que o Palácio do Planalto envie algum instrumento legal que garanta a repartição de 20% dos recursos para Estados e municípios.

A aprovação do projeto é fundamental para a realização dos leilões das áreas do pré-sal em 2019, cujas receitas são importantes para dar maior equilíbrio às contas públicas, e, logo, para viabilizar o plano do novo governo de zerar o déficit fiscal no curto prazo. Por isso, a reação positiva da ponta longa, que bateu mínimas na sessão estendida. Todo o noticiário favorável à área fiscal acaba limitando a inclinação da curva naturalmente decorrente da perspectiva de adiamento do ciclo de aperto da Selic, com a maioria do mercado esperando que comece só em 2020.

Autor: Denise Abarca
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