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Juros recuam com melhora de humor sobre reforma, agenda local e exterior

14/11/2018

Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quarta-feira, 14, em queda firme, refletindo um conjunto de fatores favoráveis, aqui e no exterior, ao alívio de prêmios por toda a curva a termo. Nos principais vencimentos curtos e intermediários, as taxas fecharam nos menores patamares desde o período entre o fim de abril e começo de maio.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 caiu abaixo dos 7%, para 6,97%, menor desde de 30/04/2018 (6,98%), de 7,05% de terça-feira no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2021 recuou de 8,14% de terça no ajuste para 8,04%, piso desde 02/05/2018 (8,02%). A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 9,40%, de 9,51% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 10,00%, de 10,13%.

Em termos globais, o dia é positivo para moedas de economias emergentes, diante da pausa na sequência de perdas do petróleo e do núcleo anual da inflação americana em outubro abaixo do esperado, o que recoloca o dólar local abaixo dos R$ 3,80. Na comparação anual, o núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 2,1% em outubro, ante 2,2% esperado pelos analistas. Ou seja, o indicador segue em torno dos 2%, que é referência do Federal Reserve. O índice cheio, nessa comparação, avançou 2,5%, como previsto.

Na política, o noticiário em torno da movimentação do novo governo para aparar as arestas com o Congresso sobre a reforma da Previdência e da perspectiva de votação do acordo de cessão onerosa na próxima semana trouxeram alívio especialmente para a ponta longa. Na terça à noite, após reunir-se com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que há brechas para que a proposta da Previdência ande no Congresso ainda neste ano. Nesta quarta-feira, Eunício afirmou que, após conversar com Guedes, decidiu pautar com urgência a proposta de revisão do acordo da cessão onerosa na próxima terça-feira.

Por fim, o recuo de 0,3% no volume de serviços prestados em setembro ante agosto e a deflação de 0,16% do IGP-10 de outubro, acima da mediana das estimativas de -0,14%, endossam a sequência recente de indicadores fracos de atividade e inflação e reforçam a ideia de Selic estável até o começo de 2020, que vem amadurecendo no mercado nas últimas semanas.

Autor: Denise Abarca
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