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Juros descolam do câmbio e fecham em baixa com otimismo com cenário interno
Os juros futuros terminaram esta quarta-feira, 21, em queda, mais firme nos vencimentos de longo prazo, na contramão da alta do dólar e do recuo da bolsa, que na última hora continuaram se ajustando ao dia negativo de terça-feira para os mercados em Nova York, onde as ações tiveram fortes perdas e o petróleo caiu quase 7%. O otimismo com próximo governo é apontado como principal fator a evitar que as taxas acompanhassem correção vista nos demais ativos locais.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 terminou com taxa de 6,900%, de 6,934% no ajuste de segunda-feira, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 7,976% para 7,90%. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 9,11%, de 9,195% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 recuou de 9,734% para 9,63%.
Após percorrerem a manhã de lado, com pressão pontual do câmbio a levar as taxas longas para máximas em alta, os juros descolaram do dólar e passaram a cair e a renovar mínimas no fim do período, com entrada de fluxo de venda, mas sem um gatilho definido.
Para alguns profissionais, um fator que pode ter ajudado na melhora do humor é a volta da perspectiva de votação do projeto sobre a cessão onerosa das áreas do pré-sal, após a informação de que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), confirmou que se reunirá com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir a melhor forma de garantir o repasse de recursos do megaleilão de petróleo do pré-sal para Estados e municípios.
“No aspecto político, as coisas estão se encaminhando, não temos nada soando negativo nesse sentido, o que ajuda as taxas a fecharem”, afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, lembrando da série de notícias favoráveis dos últimos dias, como a definição dos nomes para a presidência do Banco Central, da Petrobras e a lapidação do projeto de autonomia do BC, que já está pronto para ser enviado ao plenário da Câmara. Agradaram ao mercado as indicações tanto de Roberto Campos Neto para o BC quanto a de Roberto Castello Branco para comandar a estatal.
Nesta quarta-feira, o banco JPMorgan divulgou relatório pessimista sobre o Brasil em 2019, alertando que o País pode ser o emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal. A instituição elevou sua projeção para o dólar para R$ 4,10 no fim do ano que vem. No segmento à vista, o dólar era cotado em R$ 3,7887 (+0,79%), às 16h36. Nas ações, o Ibovespa tinha desvalorização de 1,07%, aos 86.964,10 pontos.
Autor: Denise Abarca
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