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Ex-presidente peruano Alan Garcia pede asilo ao Uruguai

18/11/2018

Lima, 18/11/2018 – O ex-presidente peruano Alan Garcia pediu asilo na embaixada do Uruguai horas depois de um juiz reter seu passaporte, como parte de uma investigação sobre corrupção, informou o Ministério do Exterior do Peru neste domingo.

A chancelaria disse ter sido informado pelo embaixador do Uruguai na manhã neste domingo que Garcia entrou em sua residência na noite de sábado em busca de proteção. O Uruguai vai avaliar o pedido de Garcia.

Na noite de sábado, um juiz em Lima atendeu ao pedido de promotores peruanos para que Garcia fosse proibido de deixar o Peru por 18 meses, enquanto avançam as investigações a respeito de suposto recebimento de suborno durante seu governo, entre 2006 e 2011, pago pela construtora Odebrecht, relacionado à construção do metrô de Lima.

“Para mim, não é um castigo ser confinado por 18 meses em minha terra natal”, disse Garcia no Twitter, negando que tivesse recebido dinheiro da Odebrecht.

O Peru é um dos países mais afetados pelos escândalos de corrupção da Odebrecht. Além de Garcia, também estão sendo investigados o ex-presidente Pedro Pablo Kucyznski, que foi forçado a renunciar neste ano por esconder seu trabalho anterior como consultor para Odebrecht e Garcia; Ollanta Humala (2011-2016) e Alejandro Toledo (2001-2006).

O atual presidente Martin Vizcarra, que fez do combate à corrupção o foco de sua
administração desde que assumiu o cargo de Kuczynski, rejeitou as alegações de Garcia de que o caso contra ele foi construído com base em falso testemunho. “Perseguição política não existe no Peru, e todos nós, peruanos, devemos
obedecer a Justiça, sem exceções”, escreveu ele no Twitter logo após as notícias de pedido de asilo de Garcia.

Esta é a segunda vez que Garcia tenta fugir para outro país em meio a acusações de corrupção. Após o final do seu primeiro governo, nos anos 1980, ele passou nove
anos no exílio na vizinha Colômbia e depois na França, após de seu sucessor, Alberto Fujimori, invadir sua casa e reabrir uma investigação de corrupção.
Fonte: Associated Press

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