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Dólar atinge maior valor desde 5/10 com petróleo e dúvidas sobre Previdência
O real teve nesta terça-feira, 13, o pior desempenhos ante o dólar entre os principais mercados emergentes, influenciado por fatores domésticos e externos. Em dia de forte volume de negócios, o dólar à vista fechou em alta de 1,78%, a R$ 3,8268, a maior cotação desde o dia 5 de outubro (R$ 3,8560) e a maior valorização desde 3 de setembro (+2,12%). Declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) minimizando as chances de aprovação da reforma da Previdência este ano e de que não pretende tocar o texto proposto por Michel Temer ligaram o alerta nas mesas de câmbio sobre os riscos de um texto mais esvaziado ser aprovado em 2019. No cenário internacional, o petróleo despencou 7% e o dólar subiu ante pares do real, como o peso argentino (+1,60%), o peso mexicano (+0,76%) e a lira turca (+0,28%).
Operadores relatam que a proximidade de vários feriados no Brasil a partir desta quinta-feira (15) até terça-feira (20), seguindo pelo feriado do dia de ações de graças nos Estados Unidos, no dia 22, provocou uma antecipação do movimento de compras da moeda americana, contribuindo para acelerar a alta nesta terça-feira. Profissionais de câmbio notaram ainda fluxo de saída da moeda americana desde o período da manhã e que se intensificou na parte da tarde, levando o dólar a bater na máxima do dia, a R$ 3,8318.
O superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, vê chance de a moeda voltar para o nível de R$ 3,75, que era negociado nos últimos dias, passado os feriados e o estresse maior com a Previdência. “Os agentes anteciparam as compras”, disse ao falar das declarações de Bolsonaro sobre Previdência e dos feriados. Pesquisa divulgada do Bank of America Merrill Lynch com gestores apontam que o otimismo deles com o Brasil está condicionado à aprovação da Previdência. Entre os entrevistados, 88% acreditam na aprovação da reforma em 2019.
A pesquisa do BofA revela que 80% dos gestores ouvidos acreditam que o dólar vai fechar 2018 abaixo de R$ 3,80, ante 56% no levantamento feito em outubro e quase zero das pesquisas de meses anteriores. Essa mudança de percepção ocorreu justamente porque o mercado acredita que Bolsonaro conseguirá passar uma reforma da Previdência que traga ganho fiscal relevante.
Após um dia de liquidez fraca na segunda, o volume no mercado voltou a melhorar, em parte influenciado pelas antecipação das compras antes dos feriados, segundo operadores. No mercado futuro, o giro somou US$ 24 bilhões, mais que o dobro de segunda. O dólar para dezembro encerrou o dia em R$ 3,8075, aumento de 0,94%.
Autor: Altamiro Silva Júnior
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