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Bolsas da Europa recuam, de olho nos avanços do Brexit, no câmbio e no BCE

22/11/2018

As bolsas europeias fecharam em território negativo nesta quinta-feira, 22, em um dia atípico, marcado por volumes menores em negociação graças ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, com mercados fechados por lá, os investidores mantiveram a cautela recente com o risco de desaceleração econômica global. Além disso, foram monitorados os desdobramentos da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, que influiu no câmbio, e também a divulgação da ata do Banco Central Europeu (BCE).

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,70%, em 352,57 pontos.

A premiê do Reino Unido, Theresa May, afirmou hoje estar “confiante” sobre a possibilidade de chegar a um acordo “final” no Brexit, após o vazamento do esboço do pacto. May disse que falou na noite de ontem por telefone com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, para tentar evitar qualquer entrave ao acordo por causa de dúvidas sobre o status futuro de Gibraltar. Sánchez havia ameaçado votar contra o Brexit se a questão de Gibraltar fosse deixada de lado.

Além disso, a premiê britânica disse que seu país poderá negociar acordos bilaterais, durante o período de transição do Brexit. A notícia fortaleceu a libra e o euro ao longo do pregão, o que tende a pressionar papéis de exportadoras da Europa.

O BCE, por sua vez, indicou que pode revisar para baixo a perspectiva econômica de curto prazo da zona do euro, em sua próxima reunião de política monetária, em 13 de dezembro. A ata da reunião anterior aponta que as taxas de juros para empresas e famílias subiram de forma “um tanto mais acentuada” em um país da zona do euro, não nomeado. O trecho pode ser uma referência à Itália, que recentemente está em um impasse com a União Europeia sobre seus planos orçamentários para 2019. Hoje, o governo de Roma voltou a dizer que gostaria de chegar a um acordo com o bloco, mas recusa-se a rever sua meta de gastos. Na avaliação da Capital Economics, caso o crescimento desacelere na região e o quadro na Itália piore, o BCE poderia repensar sua estratégia de elevar os juros mais adiante.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 1,28%, em 6.960,32 pontos. No setor bancário, Lloyds caiu 0,41% e Barclays, 0,67%. Entre as mineradoras, Glencore teve baixa de 1,82%, enquanto a petroleira BP caiu 1,04%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,94%, a 11.138,49 pontos. Entre as mais negociadas, E.ON recuou 1,97%, no setor de energia, e Deutsche Bank cedeu 1,02%, enquanto Commerzbank caiu 1,27%. Steinhoff, por outro lado, avançou 1,86%.

Na bolsa de Paris, o CAC-40 caiu 0,75%, a 4.938,14 pontos. Renault teve alta de 0,17%, praticamente estável, mas ainda em meio a dúvidas sobre o que poderá ocorrer com os rumos da empresa após a prisão do executivo Carlos Ghosn, que acumulava cargos no comando da montadora francesa e da Nissan. Com o episódio, a Renault nomeou Thierry Bolloré como executivo-chefe interino. Entre os bancos franceses, BNP Paribas caiu 1,13% e Société Générale, 0,84%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, fechou em baixa de 0,69%, a 18.603,04 pontos. Banco BPM subiu 2,98%, mas UniCredit recuou 0,67% e Telecom Italia caiu 1,88%, entre os papéis mais negociados. A ação da ENI registrou baixa de 2,13%, em nova jornada de volatilidade no petróleo.

Em Madri, o índice IBEX-35 teve queda de 0,61%, a 8.906,20 pontos. Santander caiu 1,63%, Banca de Sabadell recuou 1,15% e BBVA registrou baixa de 0,65%. Iberdrola cedeu 0,45%.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 recuou 0,85%, a 4.818,85 pontos, fechando na mínima do dia. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Autor: Gabriel Bueno da Costa
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