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Juros diminuem queda em meio ao avanço do dólar e com eleição no radar

22/10/2018

Os juros futuros recuaram nos primeiros negócios na esteira da queda do dólar ante o real, mas, na manhã desta segunda-feira, 22, as taxas acompanharam a virada da moeda para o lado positivo e também subiam. No câmbio, o dólar forte no exterior pesou na inversão de sinal para o lado positivo, disse um operador de uma corretora.

Às 9h45, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 estava a 7,54%, de 7,55% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 estava em 8,48%, após ter caído à mínima de 8,39% mais cedo, ante 8,52% no ajuste de sexta-feira. E o DI para janeiro de 2023 estava a 9,56%, de 9,64% no ajuste de sexta-feira. No câmbio, o dólar à vista subia 0,05%, a R$ 3,7168 e o dólar futuro de novembro estava em alta de 0,04%, a R$ 3,7190.

Na reta final do segundo turno das eleições, no próximo domingo, o investidor mantém o foco nas pesquisas eleitorais e nos sinais sobre a equipe que formará o próximo governo eleito. Nesta segunda, tem pesquisa MDA/CNT, às 12 horas.

No fim de semana, Bolsonaro admitiu a hipótese de manter o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, no cargo. “O que está dando certo tem que continuar”, afirmou. E acrescentou: “Não sei se ele é um bom nome, quem vai ver isso é o (economista) Paulo Guedes.”

O candidato falou sobre a composição de seu ministério, em caso de vitória. O tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes, primeiro brasileiro a ir para o espaço, “está quase confirmado para a Ciência e Tecnologia”.

Os nomes definidos e anunciados até aqui pelo próprio Bolsonaro para seu ministério foram o de Paulo Guedes para a Economia, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil e o general Augusto Heleno para a Defesa.

Bolsonaro disse ainda que não haverá um Ministério das Comunicações e que a pasta poderia fazer parte do Ministério da Educação. O candidato confirmou ainda que, se eleito, pretende fundir os Ministério do Meio Ambiente e da Agricultura.

Já o candidato Fernando Haddad (PT) prometeu no domingo reajustar em 20% o valor do benefício do Bolsa Família, que começaria a valer a partir de janeiro próximo, em caso de eleição do petista. Outra promessa é estabelecer um teto de R$ 49 para o preço do botijão de gás.

Na agenda, as próximas pesquisas a serem conhecidas serão a do Ibope/Estadão/TV Globo (terça-feira) e Datafolha (quinta-feira).

Além disso, a agenda local traz a divulgação do IPCA-15 de outubro (terça-feira); nota do setor externo de setembro (quinta-feira); resultado primário do Governo Central e relatório da dívida pública federal, ambos de setembro (sexta-feira). Na sexta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decide sobre a possibilidade de mudança de bandeira tarifária nas contas de luz de novembro.

Especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) não descartam que a bandeira vermelha 2, que tem o custo mais elevado, de R$ 5 a cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumidos, em vigor atualmente, seja alterada para a vermelha 1, cuja taxa extra é de R$ 3,00 a cada 100 kWh. Os analistas não eliminam até mesmo a chance de modificação da bandeira para amarela já no próximo mês. Esse nível tem adicional de R$ 1,00 a cada 100 kWh.

Na pesquisa Focus, que trouxe nova revisão para cima para o IPCA deste ano de 4,43% para 4,44%. Há um mês, estava em 4,28%. A projeção para o índice em 2019 foi de 4,21% para 4,22%. Quatro semanas atrás, estava em 4,18%.

Autor: Silvana Rocha e Luciana Antonello Xavier
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