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Juro no crédito livre sobe a 38,1%, diz BC; taxa do cheque especial cai a 301,4%

26/10/2018

A taxa média de juros no crédito livre subiu ligeiramente, de 38,0% ao ano em agosto para 38,1% ao ano em setembro, informou nesta sexta-feira, 26, o Banco Central. Em setembro de 2017, essa taxa estava em 43,2% ao ano.

Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre subiu de 51,8% para 52,2% ao ano de agosto para setembro, enquanto para pessoa jurídica permaneceu em 20,4% – mesmo patamar observado em agosto.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa caiu de 303,2% ao ano para 301,4% ao ano de agosto para setembro. No crédito pessoal, a taxa geral subiu ligeiramente, de 44,9% para 45,0% ao ano.

Desde o início de julho, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.

Veículos

Os dados divulgados nesta sexta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros permaneceram em 22,2% ao ano em setembro – mesmo patamar visto em agosto.

Crédito total

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 24,5% ao ano em agosto para 24,4% ao ano em setembro. Em setembro de 2017, estava em 26,9%.

ICC

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) permaneceu em 20,8% em setembro. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Spread

O spread bancário médio no crédito livre seguiu em 28,9 pontos porcentuais em setembro – mesmo patamar observado em agosto, informou o Banco Central.

Por segmento, o spread médio da pessoa física no crédito livre manteve-se em 42,2 pontos porcentuais entre agosto e setembro. Para pessoa jurídica, o spread médio subiu marginalmente, de 12,0 pontos para 12,1 pontos porcentuais.

O spread médio do crédito direcionado caiu de 4,1 pontos porcentuais em agosto para 3,7 pontos no mês passado.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) recuou ligeiramente, de 17,6 pontos para 17,4 pontos porcentuais no período.

Inadimplência

A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,2% em agosto para 4,1% em setembro, informou o Banco Central. Em setembro de 2017, a taxa estava em 5,4%.

Para pessoa física, a taxa de inadimplência passou de 5,0% para 4,9%. Para as empresas, a taxa passou de 3,3% para 3,1%.

A inadimplência do crédito direcionado passou de 1,7% em agosto para 1,9% em setembro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência seguiu em 3,0% de agosto para setembro.

Endividamento das famílias

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 41,9% em agosto, ante 41,6% em julho, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 23,7% em agosto, ante 23,4% em julho.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 20,0% em agosto, ante 20,1% em julho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 17,5% em agosto, ante 17,6% em julho.

Autor: Fabrício de Castro e Fernando Nakagawa
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