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Do jornalismo às letras

27/10/2018
Do jornalismo às letras

Parafraseando Thomas Jefferson, presidente dos Estados Unidos da América: “ Se dependesse de minha decisão, termos um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir a segunda alternativa”.Victor  Hugo escrevera: “ O jornalismo  é a grande  e santa locomotiva do progresso.O seu diâmetro é o mesmo que o da civilização”.

                Doutor Ivan Bezerra de Barros, filho do casal Luiz Vieira Barros / Maria José Bezerra ( IN MEMORIAM), RECÉM-CASADO COM d. Zenilda, migrou à Cidade Maravilhosa a fim de pontificar na extinta Manchete sob o patrocínio dos coestaduanos Tobias Granja/ Juarez Ferreira.

                Lá, tornou-se conhecido nacionalmente com suas reportagens com a   do assassinato de JK ocorrido em 22 de agosto de 1976.Verificou in loco que a morte fora encomenda pelos indícios deixados à beira da estrada onde aconteceu o lamentável acidente. Deixando, assim, o país órfão de político ético, probo, e, principalmente, voltado ao bem comum.

                Voltou à terrinha para exercer o cargo de promotor de Justiça no hinterland alagoano, bem como na capital por merecimento. Antes, porém, advogou como tribuno notável nas suas andanças pelo mundo forense.Sinal de que fez jus aos conhecimentos jurídicos da então Faculdade de Ciências Jurídicas.

                Membro vetusto da Associação Alagoana de Imprensa (AAI), fundou a Tribuna do Sertão que, por sinal, entregou-a ao preclaro filho Vladimir Barros que ascende no jornalismo seguindo o exemplo do velho genitor.O  Semanário tornou-se porta-voz de vários colaboradores que ajudam a difundir o Semanário cuja lista me incluo como colaborador  há dezesseis anos a convite do patriarca.

                Paralelamente, Dr. Ivan Barros ingressou na Casa de Demócrito Gracindo criada nos idos de 1919.Destacando-se nas letras vernaculares a ponto de ter brotado de sua excelsa inteligência 32 livros versando sobre Direito, biografia e, principalmente, obras voltadas a temas importantes na contemporaneidade.

                Dentre elas, a saber: Eutanásia, O Assassinato Legal, Graciliano Ramos – O Prefeito que Virou Best-Seller, As Sementes do Padre  Macedo, A Maconha e a Lei, Etnia Tribal Xucuru-Kariri, Mitos do Sertão, Poemas Largados à Toa, Roberto Lyra, O êmulo de Boccaria, Memórias de um Promotor de Justiça, Nos Meus Tempos, Francisco o Papa dos Pobres, Violeiros, repentistas e poeta do sertão, Graciliano Era Assim  e tantas outras espalhadas na sua vasta biblioteca.

                Diga-se, de passagem, o autor do Assassinato de JK durante sua estada no Rio de Janeiro frequentou os melhores locais da boemia carioca.E, portanto, tomou uísque com Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda, Vinicius de Morais, Mario Lago, atrizes da Globo e outras personalidades do mundo político, das artes e de outros setores de relevância.

                Contudo, graduou-se em Direito e, consequentemente, aprendeu com os maiores mestres  da oratória e, principalmente, do convívio com as causas políticas engendradas durante os governos militares. No dia 24 de outubro do fluente ano, a casa de número 301, encravada na rua Manoel Gomes, Centro, engalanou-se para festejar seus 75 anos de profícua existência. Filhos, netos, familiares, amigos e admiradores foram abraçar o patriarca palmeirense. Saúdo-o, desejando-lhe longevidade.Organização: Francis Lawrence.