Variedades

Atriz nega ter dito que movimento #MeToo é uma mentira

09/10/2018

A atriz Rose McGowan, uma das primeiras mulheres a acusar publicamente o produtor Harvey Weinstein de estupro, disse em entrevista ao The Sunday Times publicada no domingo, 7, que o movimento #MeToo é uma mentira. No entanto, no mesmo dia a atriz publicou um Tweet afirmando que estaria se referindo à iniciativa Times Up, e não ao movimento. “#MeToo é sobre sobreviventes e suas experiências, que não podem ser tiradas deles”, escreveu.

Após a denúncia contra Weinstein, McGowan, de 45 anos, se tornou um dos nomes mais associados ao movimento #MeToo, que trouxe à tona diversas acusações de estupro e assédio sexual em Hollywood. “Eu acho que eles são uns cretinos. Eles não são campeões, eu acho que eles são perdedores. Eu não gosto deles. Como você explica o fato de eu ter ganho um prêmio de Homem do Ano da GQ, mas nenhuma organização de mulheres ou revista feminina ter me apoiado?”, questionou.

O Times Up é uma iniciativa criada por mulheres de Hollywood para combater o assédio sexual em ambientes de trabalho. Para isso, foi criado um fundo de defesa legal que promete dar assistência às vítimas. O movimento surgiu após o #MeToo, em que mulheres denunciaram casos de assédio sexual e estupro em Hollywood.

Após a retratação da atriz, a publicação alterou o título da reportagem e acrescentou uma nota ao final, esclarecendo que McGowan estava se referindo à abordagem de Hollywood em relação ao #MeToo, e não à campanha como um todo.

Na mesma entrevista, a atriz de Planeta Terror e Jovens Bruxas disse que nunca mais vai atuar pois, segundo ela, os filmes de Hollywood são análogos à pornografia infantil e vê-los não apenas prejudica, mas também envolve o espectador nos maus-tratos às atrizes. “Eu não assisto mais a filmes”, explica. A última participação da atriz nos cinemas foi em O Som, lançado em 2017.

Além disso, McGowan afirmou na entrevista que seria “literalmente impossível” que a atriz Meryl Streep não soubesse a respeito das práticas de Weinstein, assim como Hillary Clinton, que era próxima ao produtor. Também admitiu que consideraria concorrer a um cargo público nos Estados Unidos, mas seria pelo Partido Republicano, “só para mexer com a cabeça das pessoas”.

“(Os apoiadores de Donald Trump) odeiam Hollywood por serem falsos liberais – e eles estão 100% certos sobre isso. É um grupo de falsos liberais”, opinou. “Eles estão vivendo uma vida vazia, e para mim essa é a punição deles.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Hannah Cliton, especial para O Estado
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.