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Só para servidores, mudança de capitalização teria custo de R$ 7 tri, diz Guardia
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, voltou a criticar, nesta segunda-feira, 3, a proposta de capitalizar o sistema previdenciário do Brasil, modelo que tem sido defendido por alguns candidatos à Presidência. “Sozinha, a capitalização não resolve o problema da Previdência”, disse o ministro no 15º Fórum de Economia da FGV.
No regime de capitalização, o trabalhador, durante o seu período ativo, poupa o montante necessário para sua aposentadoria, em vez de contribuir para pagar o benefício de quem está aposentado hoje.
Uma mudança brusca para esse modelo, só para servidores públicos, causaria um déficit atuarial de R$ 7 trilhões, disse Guardia. “É mais que um PIB”, afirmou.
Em caso de uma mudança mais branda, valendo apenas para quem está entrando no mercado de trabalho, o ministro disse que o custo disso, daqui a 10 anos, seria de 1,3% do PIB. Em 30 anos, passaria para 4% do PIB.
“Isso implicaria a necessidade de aumento da carga tributária para financiar essa transição”, disse o ministro. “Não dá para discutir um sistema de capitalização sem resolver o problema atual”, acrescentou Guardia, que disse que a proposta enviada pelo governo Michel Temer ao Congresso é a mais adequada, com a criação de uma idade mínima.
Guardia voltou a defender também a manutenção do teto dos gastos. Ele disse que não vê saída para a disciplina fiscal sem a medida. E reforçou que o aumento de impostos para realizar o ajuste das contas públicas não é uma alternativa hoje.
Autor: André Ítalo Rocha
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