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Redes sociais pautam desfiles da temporada, que vai até 2 de outubro

07/09/2018

Qual é o futuro das semanas de desfiles em um mundo ultraconectado, no qual a passarela está exposta no feed do Instagram e o que importa mesmo é o barulho de mídia que os estilistas são capazes de produzir? Bom, de acordo com os últimos movimentos do mercado, esse é um futuro incerto, que depende de um presente altamente desafiador. Nesta quinta, 6, começou a New York Fashion Week, puxando a fila das temporadas de moda internacionais e tentando se recompor depois de dois anos de êxodo de alguns de seus principais estilistas.

Victoria Beckham anunciou sua mudança para Londres, enquanto Alexander Wang revelou planos de se apresentar fora da programação oficial.

No ano passado, Tommy Hilfiger iniciou um road show no qual a cada estação arma sua passarela em um canto do mundo. “Queremos aproveitar a energia e a emoção presentes na passarela enquanto ela ainda está armada e tudo está acontecendo”, disse Hilfiger, ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Por outro lado, felizmente para a organização dos desfiles em NY, estão de volta as marcas Rodarte e Proenza Schouler, que deixaram a cidade em 2017 para desfilar em Paris.

Para a IMG, a empresa que comanda o evento, no entanto, ficou mais difícil controlar o show já que apenas um terço dos cerca de 100 espetáculos do calendário oficial ocorrerão no Spring Studios e no Industria, os dois locais “oficiais”. A maioria das grifes agora promove desfiles por toda a cidade em busca de cenários surpreendentes e instagramáveis, entre elas nomes de peso como Calvin Klein, Marc Jacobs e Ralph Lauren. “A emoção da semana de moda é que é um evento – e acho que os eventos estão vivos e passam bem”, disse Ivan Bart, presidente da IMG, em entrevista ao site The Business of Fashion. “A questão é que estamos vivendo o momento das redes sociais.
Estilistas estão pensando em como aproveitar essa oportunidade ao máximo. Queremos ouvir suas demandas e oferecer oportunidades para todas as formas de exibição.”

Em Londres, uma temporada marcada pela intensa programação de desfile de jovens talentos, os holofotes estarão voltados para a estreia de Riccardo Tisci à frente da Burberry. O italiano que por mais de uma década comandou a Givenchy, recolocou a maison entre as mais desejadas do mercado de moda com um mix sexy de referências góticas e cultura de rua.

Outros destaques da semana de moda inglesa, que vai de 13 a 18 de setembro, são o jovem prodígio irlandês J.W. Anderson, um dos mais celebrados de sua geração, os dez anos da grife de Victoria Beckham, uma das primeiras celebridades a se lançar como marca, e o primeiro desfile da apresentadora e influenciadora Alexa Chung.

Na sequência, entre os dias 18 e 24, Milão vira o palco da moda vivendo uma fase de resgate às origens e de reestruturação. A Moncler vai revelar, na quarta, 19, o segundo capítulo do projeto Genius, que reúne designers internacionais na criação de coleções cápsulas em colaboração com a marca. A Emporio Armani, que pulou o desfile masculino em junho, está de volta. Aos 84 anos, Giorgio Armani já declarou que pretende mudar seus formatos tradicionais para causar impacto entre as novas gerações. Nesta estação, a grande ausência por ali será a da Gucci, que decidiu desfilar em Paris – uma perda enorme, especialmente, nessa fase em que o estilista Alessandro Michele recoloca a grife de Florença na vanguarda criativa de moda. Para compensar, fará uma festa em seu QG, em Milão, em parceria com a companhia de dança do coreógrafo Michael Clark.

Os melhores e mais inspiradores momentos da temporada, entretanto, ocorrem em Paris, a semana com mais prestígio e concentração de grifes de luxo. Serão mais de 70 incluindo Chanel, Dior, Saint Laurent e Valentino, entre 24 de setembro e 2 de outubro. Na capital da moda, entretanto, é o desfile da Céline, o primeiro sob a direção de Hedi Slimane, o mais esperado.

Com um guarda-roupa naturalmente elegante e cool sem esforço, a questão é o quanto o estilista pretende chacoalhar esses pilares da marca. Fã de bandas de rock alternativo, apesar de discreto na vida pessoal e profissional, ele não costuma ser do tipo silencioso. Em 28 de setembro, veremos como pretende tocar a Céline – e poderemos medir o seu sucesso de audiência pelo engajamento e o número de curtidas angariado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Maria Rita Alonso e Sergio Amaral
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