Geral
Pesquisadora diz que hedge da gasolina tira competitividade do mercado
Como formadora de preço, a Petrobras não tem motivo para fazer hegde no mercado interno, porque não tem do que se defender, analisou a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas Energia, Fernanda Delgado, que viu na decisão anunciada nesta quinta-feira, 6, pela estatal, de segurar o preço da gasolina por até 15 dias para reduzir a volatilidade, um sinal perigoso para a competitividade do mercado.
“Não faz sentido uma empresa monopolista fazer hedge. Quando você controla preço, seja do jeito que for, você não traz competitividade para o mercado. Isso desconstrói a confiança dos investidores, porque a qualquer problema o governo vem e interfere”, avaliou Delgado.
A Petrobras vem praticando desde julho do ano passado o ajuste de preços de acordo com o mercado internacional, com variações quase diárias, dando fim a uma política que não repassava a volatilidade dos preços para o mercado interno, mas que trouxe prejuízo para a empresa. Por causa da greve dos caminhoneiros, a estatal reduziu e depois congelou os preços do diesel em troca de subsídio do governo. Até hoje o governo não reembolsou a estatal, alegando demora na análise no grande volume de notas fiscais.
A pesquisadora da FGV Energia destaca que o mercado de combustíveis só conseguirá reduzir os preços quando houver competitividade no refino do petróleo, o que está sendo desconstruído com medidas como a tomada pela Petrobras. “Ninguém senta para reavaliar os tributos dos combustíveis, ou recriar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para não desconstruir o mercado que estava sendo construído para atrair novos agentes para o refino”, avaliou.
Autor: Denise Luna
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1SAÚDE
O que é caminhada de gorila: o exercício que está conquistando o mundo, melhorando a força e o equilíbrio
-
2POLÍTICA
Bolsonaro muda agendas em SC e veta presença no palco de pré-candidata do PL que criticou sua gestão na pandemia
-
3'DE MESTRE DE OBRAS A PRESIDENTE DO IGPS'
O escândalo do instituto que recebeu R$ 30 milhões em Palmeira e que está sob investigação federal
-
4CONTRA O POVO
Vereadores da "bancada do imperador” mantém veto à projeto de lei que proibiria corte de água e energia sem avisar consumidor
-
5PONTOS CRÍTICOS
Em depoimento à CPI, procurador-geral de Maceió contradiz discurso de JHC