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Esperando Ibope e após cair na 2ª, dólar inicia sessão em queda e passa a subir

18/09/2018

Os primeiros negócios no mercado de câmbio e juros futuros indicavam uma abertura mais amena e de ajustes para baixo na manhã desta terça-feira, 18. O dólar à vista abriu em queda aos R$ 4,1263 após ter fechado na segunda-feira (17) à menor cotação (R$ 4,1292) em uma semana.

Minutos depois, porém, a moeda nos segmentos spot e futuro passou a subir. Na máxima, superou os R$ 4,14 num movimento alinhado ao Dollar Index (DXY) e ao comportamento de algumas pares do real no mercado global, onde perdem valor ante o dólar americano a lira turca, o peso mexicano e o peso argentino.

A divulgação da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo na noite desta terça é vetor importante e que gera pressão de alta no câmbio. A 19 dias do primeiro turno, há expectativa em torno do desempenho de Geraldo Alckmin (PSDB). Nesta segunda-feira, na pesquisa CNT/MDA, chamou atenção que o ex-governador de São Paulo, estrela de um partido longevo, ficou tecnicamente empatado com João Amoêdo (Novo), ex-executivo do setor financeiro que não dispõe de um leque de alianças nem participa de debates na TV, como pontuou a colunista do Broadcast Político Elizabeth Lopes. Nesta terça, as lideranças do Centrão reúnem-se para avaliar saídas emergenciais a esse quadro de estagnação do tucano.

No exterior, a atenção está voltada para o embate no comércio global. Por volta das 9h30, a China anunciou que entrou na OMC contra tarifa dos EUA sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Na segunda-feira, o presidente americano Donald Trump anunciou nova tarifa, de 10%, sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, e que as tarifas americanas devem subir a 25% em 1º de janeiro de 2019.

Entre delegações em Genebra na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), o temor é de que as retaliações mútuas e o avanço protecionista americano saia do controle, afetando a economia mundial.

Ainda sobre a cena eleitoral, reverberou ampla e negativamente a acusação de Jair Bolsonaro (PSL) sobre a possibilidade de fraudes nas urnas. O procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, afirmou que não simpatiza com “teorias da conspiração” e que não há evidências para acusar fraude.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, garantiu que as urnas são “totalmente confiáveis”. “Os sistemas são abertos para auditagem para todos os partidos políticos seis meses antes da eleição, também para o Ministério Público e para a OAB”, disse Toffoli, que presidiu o TSE durante a campanha de 2014.

A campanha de Bolsonaro continua descumprindo as promessas de que baixaria o tom num pleito fratricida, como afirmou a coluna Política Hoje e evidenciou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo do último sábado (15). Nesta segunda-feira, o candidato a vice, militar da reserva General Mourão, afirmou que famílias “onde não há pai e avô, mas sim mãe e avó” são “fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar” no narcotráfico.

Autor: Karla Spotorno
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