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Desempenho ruim de moedas emergentes pesa e juros fecham em alta firme

03/09/2018

Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira, 3, em alta firme, alinhados ao comportamento negativo das moedas de economias emergentes, com destaque novamente para o peso argentino, lira turca e real. O dólar, após encerrar a semana passada nos R$ 4,06, era negociado já nos R$ 4,15 por volta das 16h30, tendo renovado máximas na última hora. A liquidez foi reduzida nos ativos domésticos, reflexo do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, motivo pelo qual os mercados por lá hoje não funcionaram.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,79%, de 8,67% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 fechou na máxima de 9,99%, de 9,81% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 11,39% para 11,60% (máxima). A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 12,32%, de 12,11%.

Sem Nova York, e com agenda e noticiário doméstico fracos, o investidor se retraiu e preferiu aguardar os próximos dias para montar posições. Nesta semana mais curta, com feriados aqui e nos Estados Unidos, o mercado vai dedicar sua atenção principalmente ao cenário eleitoral. “Hoje o mercado está menor, a semana é mesmo mais de espera pelas pesquisas”, comentou Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores. Amanhã sai a pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo e na quinta-feira, a do Datafolha. Serão os primeiros levantamentos após o começo do horário eleitoral no rádio e na televisão.

Segundo ele, trouxe desconforto ao mercado o voto do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, a favor do registro da candidatura de Lula, no julgamento de sexta-feira, utilizando como argumento o comunicado do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que, para ele, fortalece o discurso do PT. “O mercado não gostou. O ministro poderia ter usado muitas outras justificativas”, afirmou. A campanha agressiva do PT no horário eleitoral no rádio e TV, inclusive descumprindo decisão do TSE na campanha do rádio, é outro fator de incômodo.

Às 16h33, o dólar à vista era cotado em R$ 4,1476, com avanço de 2,04%, perto da máxima de R$ 4,1505. Na Argentina, a moeda americana valia 37,751 pesos (+2,59%). O ex-presidente do Banco Central do país Martin Redrado afirmou nesta tarde, em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, que “não dá certo” o BC aumentar o juro para conter a inflação e que, se esta se comportar, os juros poderão ser reduzidos em dezembro. A taxa básica argentina está em 60%.

Autor: Denise Abarca
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