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ANP: governo confirma leilão de térmicas a gás para substituir diesel e óleo

06/09/2018

O governo confirmou que vai realizar, se possível ainda este ano, o leilão de usinas térmicas a gás natural para substituir térmicas a diesel e óleo combustível cujos contratos estão terminando a partir de 2023/2024, disse nesta quinta-feira, 6, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, que esteve reunido no período da manhã na sede da agência no Rio com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que saiu sem falar com a imprensa.

Moreira foi denunciado na quarta-feira, 5, pela Polícia Federal em um esquema de corrupção junto com o presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

“O objetivo é aumentar a oferta de energia e reduzir o custo da conta de luz, fazer a integração do regulatório do gás natural e da energia elétrica”, disse Oddone.

Além de Moreira, estiveram reunidos na ANP o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Reive Barros, e o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.

O objetivo do encontro foi designar as competências de cada órgão para tentar realizar o leilão, que vai substituir 5.135 megawatts de capacidade instalada de combustível mais poluente, ou 40% do total de térmicas instaladas no País, informou o presidente da EPE.

EPE, ANP, ONS (Operador Nacional do Sistema) e Aneel farão estudos para viabilizar o certame. “Mas não será esse volume o leilão, porque como serão mais eficientes, as térmicas podem ter uma capacidade menor”, explicou Barros.

Sobre o modo como será realizado o leilão regional de térmicas a gás natural para substituir por outras menos custosas e poluentes, Reive disse que foi descartada a opção de realizar um leilão de reserva, que não depende da demanda das distribuidoras, e que iria encarecer ainda mais a tarifa de energia elétrica do brasileiro.

“Em um primeiro momento, o leilão pode ser para térmicas utilizando GNL (Gás Natural Liquefeito), que seria depois substituído por gás do pré-sal”, explicou Reive.

O executivo da EPE destacou que além do preço, o objetivo também é reduzir emissões de gás carbônico conforme acordado no Acordo de Paris.

“O Brasil tem 82% de geração de energia limpa e queremos que assim continue nos próximos 10 anos nesse patamar para atingir o acordo de Paris”, afirmou Reive.

Autor: Denise Luna
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