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Juros longos fecham em forte alta com disparada do dólar e pesquisa Ibope
Os juros futuros ampliaram a alta e renovaram máximas na última hora de negócios para fechar a sessão regular com avanço entre 30 e 40 pontos-base nos contratos longos. O movimento se deu em linha com a escalada do dólar à vista para além dos R$ 4, tendo as incertezas do quadro eleitoral como pano de fundo. Os números da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, de intenção de votos para presidente, divulgados na segunda-feira, 20, e nesta terça-feira, 21, reiteraram o quadro de dificuldade para a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), bem visto pelo mercado financeiro, e acentuaram o temor de um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e um candidato do PT.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou na máxima de 8,52%, de 8,27% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,37% para 9,66%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 11,35%, de 10,99%, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,74% para 12,12%.
Na segunda, a pesquisa CNT/MDA já trazia cautela e, nesta terça, a análise dos dados do Ibope reforçou a postura defensiva do investidor, resultando em movimentos de zeragem de posições (stop loss), sobretudo na ponta longa.
No cenário sem a presença do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que é com o qual o mercado trabalha, o Ibope mostra Bolsonaro com 20% das intenções, seguido por Marina Silva (Rede), com 12%, empatada com Ciro Gomes (PDT), com 9% – a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.
Com Lula, ele lidera com 37% e Bolsonaro tem 18%. Geraldo Alckmin (PSDB) aparece em quarto lugar em ambos os casos, com 4% e 5% das intenções, respectivamente. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01665/2018.
Caso Lula, que está preso desde abril, seja impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer e apoie Fernando Haddad na disputa, metade dos eleitores que declaram voto no ex-presidente diz que votaria ou poderia votar no substituto do PT, segundo o Ibope.
“O mercado está colocando no preço um cenário cada vez mais desafiador para Alckmin, pois o eleitor está se dividindo nos extremos”, resumiu Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
Nos demais ativos, o dólar à vista subia 1,97%, aos R$ 4,0349, na máxima, às 16h46. A moeda não superava no intraday os R$ 4 desde março de 2016 e caminha para encerrar no maior preço desde 18 de fevereiro de 2016 (R$ 4,04), o que alimenta a expectativa do mercado por uma atuação extraordinária do Banco Central no câmbio.
Nas ações, o Ibovespa renovou mínimas e está abaixo dos 75 mil pontos. Às 16h40, recuava 1,77%, aos 74.975 pontos.
Autor: Denise Abarca
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