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Juros futuros caem com dólar fraco ante real após ata reafirmar cautela

07/08/2018

Os juros futuros recuam nesta terça-feira, 7, na esteira do dólar fraco no exterior e ante o real, em meio ao apetite por ativos de risco em âmbito mundial. A agenda esvaziada no dia tende a manter a liquidez baixa, como ocorreu na segunda-feira. Os ajustes nas taxas futuras à ata do Copom são limitados. A ata do Copom espelha a mesma cautela mostrada no comunicado da semana passada e não se compromete com os próximos passos, segundo profissionais do mercado. Na semana passada, a Selic foi mantida em 6,50% ao ano.

“O colegiado indica que não devemos ter grandes alterações até a eleição, o que de certa forma já vinha sendo precificado pelo mercado”, disse o operador de renda fixa da Renascença DTVM, Luis Laudisio dos Santos, em nota a clientes.

Na ata, o BC segue sinalizando que não vai se comprometer com decisões futuras e reafirmou no documento que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.”Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente”, disse o colegiado na ata, ao tratar de sua decisão.

O colegiado também ressaltou que a continuidade da recuperação se dará em ritmo mais gradual que o estimado antes da greve dos caminhoneiros, em maio deste ano. Sobre a trajetória da inflação no curto prazo, os membros do Copom concordaram que a alta de preços em junho refletiu os efeitos da greve e outros ajustes de preços relativos – em referência à alta do câmbio. “Projeções de inflação para julho e agosto corroboram a visão de que os efeitos desses choques devem ser temporários”, repetiu o Copom.

Durante a sessão, o Tesouro Nacional ofertará em leilão até 600 mil Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), papéis indexados ao IPCA. Já o BC oferta até R$ 5 bilhões em títulos públicos em operação compromissada.

No exterior, as bolsas em Nova York e os juros dos Treasuries sobem, enquanto a moeda americana recua ante o euro, o iene, a libra e várias moedas de países emergentes e ligados a commodities. Após um avanço generalizado na segunda, analistas do ING dizem que agora ocorre uma correção no dólar, em um dia sem indicadores econômicos importantes nos Estados Unidos e com uma estabilização do yuan, o que pode dar mais fôlego a divisas emergentes em geral nesta segunda. A corretora FXTM avalia, no entanto, que as moedas emergentes seguem vulneráveis caso as tensões no comércio global prejudiquem o sentimento.

Às 9h26, DI para janeiro de 2020 estava em 7,81%, de 7,86% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 marcava 8,79%, de 8,85%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 marcava 10,16%, de 10,22% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 exibia 10,82%, de 10,85% no ajuste de segunda. No câmbio, o dólar à vista caía 0,71%, aos R$ 3,7069. O dólar futuro de setembro recuava 0,83%, a R$ 3,7175.

Autor: Silvana Rocha
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