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Bolsas de NY fecham em queda em meio a cautela com comércio e emergentes

30/08/2018

Em um cenário de cautela, especialmente com preocupações relativas a economias emergentes, os mercados acionários americanos registraram queda nesta quinta-feira, 30, com perdas acentuadas após informações de que novas tarifas podem ser impostas por Washington a produtos chineses já na próxima semana. O recuo representa uma quebra na trajetória de alta dos principais índices de ações dos Estados Unidos, após S&P 500 e Nasdaq renovarem máximas históricas de fechamento nos últimos quatro pregões.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,53%, aos 25.986,92 pontos; o S&P 500 recuou 0,44%, aos 2.901,13 pontos; e o Nasdaq registrou baixa de 0,26%, aos 8.088,36 pontos. Já o índice VIX de volatilidade, considerado o “medidor de medo” de Wall Street, encerrou o dia em alta de 10,45%, para 13,53 pontos.

Em um dia de realização de lucros, os investidores se mostraram atentos aos movimentos em mercados emergentes – em especial a forte desvalorização do peso argentino, que levou o banco central do país a elevar o juro básico de 45% para 60%. Outras moedas de países em desenvolvimento foram afetadas pelo ímpeto altista do dólar, gerando medo de contágio generalizado – o que motivou uma busca por ativos de segurança e saída dos mais arriscados, como as ações.

O cenário rodeado de incertezas ganhou ainda mais força em solo nova-iorquino durante a tarde, quando as bolsas aceleraram perdas diante de informações que o presidente americano, Donald Trump, estaria disposto a pôr em vigor novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses já na próxima semana. Como contraponto, os agentes monitoraram as negociações comerciais entre EUA e Canadá. A ministra de Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland, declarou estar otimista sobre o progresso das conversas.

Com o pano de fundo tumultuado nas relações sino-americanas, o setor industrial, um dos mais afetados em eventuais escaladas de tensões comerciais, viu o subíndice industrial do S&P 500 registrar queda de 0,77%, para 645,49 pontos, com destaque para as ações da Caterpillar, que caíram 1,97%, e para as da Boeing, que recuaram 0,94%.

O setor de tecnologia, por outro lado, chegou a impulsionar o Nasdaq a operar em território positivo de forma breve, depois que as ações da Amazon atingiram US$ 2 mil pela primeira vez. As ações da companhia fecharam em alta de 0,21%, para US$ 2.002,38, renovando recorde de fechamento. A Apple também movimentou os mercados ao enviar hoje convites para o evento de lançamento de seus novos produtos em setembro e viu seus papéis subirem 0,92%. Mesmo assim, o único setor a fechar com ganhos o dia de hoje foi o de utilities, com o subíndice do S&P 500 desse segmento em alta de 0,35%.

Investidores também acompanharam a divulgação de indicadores de inflação dos EUA. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), avançou 0,2% em julho ante junho e 2,0% na comparação anual do mês passado, informou o Departamento do Comércio do país.

Autor: Monique Heemann
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