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Bolsas da Europa fecham sem direção única, de olho em comércio global e Brexit

06/08/2018

Os mercados acionários da Europa fecharam sem direção definida a sessão desta segunda-feira, 6, com a maioria das bolsas pressionada em meio ao cenário de instabilidade com a disputa comercial entre Estados Unidos e China e incertezas sobre o Brexit.

Os investidores continuam a monitorar a escalada das tensões comerciais entre Washington e Pequim. No fim de semana, o presidente americano, Donald Trump, elogiou o uso de tarifas em sua política comercial e disse que elas irão “pagar as dívidas” deixadas pelo governo de Barack Obama. Enquanto isso, nesta segunda-feira, um editorial do jornal estatal da China, o Global Times, apontou que o governo do país asiático está pronto para, se for preciso, enfrentar uma longa guerra comercial com os EUA.

Na Alemanha, o cenário instável foi influenciado também pelos resultados ruins da atividade. As encomendas à indústria do país, segundo o Ministério da Economia alemão, registraram queda de 4% de maio para junho, bem mais acentuada do que a expectativa de recuo de 0,5% de analistas. O número representa o maior declínio do setor industrial em 18 meses. O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,14%, aos 12.598,21 pontos, depois de ter atingido a maior baixa entre os mercados europeus na manhã desta segunda.

Ainda em solo germânico, o destaque é para a ação da Linde, que fechou em queda de 1,56%, depois que a companhia de gás industrial informou que reguladores podem exigir mais vendas de ativos do que o esperado em troca de aprovação antitruste para a fusão planejada com a Praxair.

As preocupações com comércio internacional e incertezas políticas pressionaram a maioria das bolsas europeias. Em Paris, o índice CAC 40 recuou 0,03%, aos 5.477,18 pontos, da mesma forma que o FTSE MIB, de Milão, aos 21.580,18 pontos. Já nos ibéricos, o índice Ibex 35, de Madri, caiu 0,18%, enquanto o PSI 20 de Lisboa avançou 0,31%, aos 5.611,54 pontos.

Já em Londres, o índice FTSE 100 terminou o dia em alta de 0,06%, aos 7.663,78 pontos, ajudado pela libra desvalorizada ante o dólar. A divisa britânica opera nas mínimas em 11 meses ante o dólar nesta segunda-feira, em meio a preocupações com o Brexit. O secretário de Comércio Internacional britânico, Liam Fox, afirmou ao Sunday Times que havia 60% de chance de não haver acordo entre as partes. Na sexta-feira, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, afirmou que o risco de não haver acordo era “desconfortavelmente alto”.

Autor: Monique Heemann
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