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Bolsas da Europa fecham sem direção única com cautela geopolítica e comercial

09/08/2018

Os mercados acionários da Europa encerraram o pregão desta quinta-feira, 9, sem direção única, após oscilarem durante o dia de negociações, com predominância de movimentos positivos, em meio ao câmbio desvalorizado e a incertezas sobre o comércio internacional. O índice Stoxx-600 avançou 0,08%, aos 390,00 pontos.

O índice CAC-40, da bolsa de Paris, fechou em alta de 0,01%, aos 5.502,25 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 0,34%, aos 12.676,11 pontos, enquanto, em Madri, o Ibex-35 ganhou 0,08%, aos 9.754,60 pontos. O índice PSI-20, de Lisboa, subiu 0,11%, aos 5.642,35 pontos.

A maior parte das bolsas europeias se manteve pressionada durante a sessão desta quinta, com investidores ainda observando a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, com a troca de tarifas entre as duas maiores economias do mundo. Na quarta-feira, após o fechamento dos mercados europeus, os EUA também anunciaram novas sanções contra a Rússia, devido ao ataque com um agente bioquímico a um ex-espião russo e sua filha em março. Washington alega que Moscou violou uma proibição internacional ao uso de armas químicas e biológicas. A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, comentou que Moscou irá adotar medidas retaliatórias.

Em meio ao cenário nebuloso na seara geopolítica, o rublo atingiu a mínima em dois anos ante o dólar, com a divisa americana cotada a 66,735 rublos. Para o Danske Bank, a moeda russa poderia chegar a 72 rublos, caso as sanções sejam confirmadas como leis e a Rússia faça retaliações. Próximo ao horário de fechamento das bolsas europeias, o dólar atingia 66,389 rublos. As ações de empresas russas na bolsa de Moscou, no índice MICEX 10, também recuaram com a notícia, com destaque para a companhia de aviação Aeroflot, cujos papeis caíram 1,92%, e para o banco VTB, que recuou 1,27%.

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou, em boletim econômico divulgado nesta quinta, que os riscos de piora na economia global cresceram, após as ameaças e imposições de tarifas comerciais de Washington e da possível retaliação dos países afetados. Para a autoridade monetária da zona do euro, as ações “representam um sério risco à perspectiva para o comércio global e a atividade no curto e médio prazos”.

A posição do BCE manteve o euro em queda em relação ao dólar durante esta quinta-feira, ao passo que a libra ganhou fôlego na comparação com a moeda única em meio a rumores de que a União Europeia pode oferecer uma grande concessão ao Reino Unido nas negociações do Brexit. Não por acaso, o índice FTSE-100, da bolsa de Londres, fechou em queda de 0,45%, aos 7.741,77 pontos.

Na Itália, o índice FTSE MIB, de Milão, fechou o dia em queda de 0,72%, aos 21.634,25 pontos, à medida que agentes ainda monitoram os próximos passos do governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte. Nesta quinta-feira, o vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, comentou que está confiante de que o país conseguirá uma “margem de manobra” na questão orçamentária com a UE, a fim de que o governo possa investir em medidas destinadas a impulsionar o crescimento econômico.

Autor: Monique Heemann
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