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Temer pede continuísmo de políticas ao tratar de sucessão presidencial
Num discurso marcado pela defesa do legado do governo, que está a cinco meses de encerrar o mandato, o presidente Michel Temer pediu nesta segunda-feira, 30, continuidade da agenda implementada desde que chegou, há dois anos, ao Palácio do Planalto.
“Meu maior desejo neste momento é que nós não venhamos a cortar aquilo que já foi começado. Precisamos continuar, e continuar exige governo de quatro anos, quem sabe de oito anos”, declarou o emedebista ao discursar em almoço com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“O continuísmo, no sentido de projetos que foram implementados ao longo desse tempo, é fundamental. E acho que a consciência nacional tem que tomar ciência de que não podemos parar tudo que está aí… As políticas que implementamos com o apoio de todos os senhores deve ser prestigiada”, acrescentou o presidente no encontro com empresários da indústria.
Temer fez na Fiesp um longo levantamento de medidas e feitos de seu governo. Citou, entre eles, as reformas do ensino médio e trabalhista, a regra que fixou um teto aos gastos públicos, a recuperação das estatais, a repactuação das dívidas dos Estados e a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro.
Foi uma agenda conduzida num prazo de dois anos diante de uma oposição classificada por ele como “radicalíssima”.
Em mensagem direcionada aos candidatos e pré-candidatos das eleições de outubro, Temer pregou o fim de uma radicalização que divide, assim como “não é útil ao País”, e observou que sem o Congresso não se governa.
“Digo isso para que os nossos pré-candidatos ouçam e se conscientizem disso para não dizerem barbaridades que, às vezes, dizem. Se você não tiver diálogo efetivo com o Congresso, você não governa”, disse Temer.
“Depois do momento político-eleitoral, vem o momento político-administrativo, onde é importante ter oposição, mas não no sentido político e sim no sentido jurídico… Após as eleições, tem que buscar o bem comum”, emendou.
O presidente criticou ainda a desarmonia entre poderes e órgãos do Estado. “O que mais precisamos no País é concórdia. Instituímos nestes últimos anos um sistema de discórdia, de quase ódio, uma disputa, por exemplo, entre os poderes do Estado e entre órgãos dos poderes do Estado”, declarou Temer.
Autor: Eduardo Laguna e Mateus Fagundes
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