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Taxas de juros sobem com dólar e Treasuries em meio à disputa entre EUA e China

02/07/2018

Os juros futuros operam em alta na manhã desta segunda-feira, 2, na esteira do dólar forte ante o real e no exterior e da queda dos juros dos Treasuries, como consequência da persistente tensão comercial entre os Estados Unidos e a China.

Na próxima sexta-feira, dia 6, devem entrar em vigor as tarifas americanas sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses, que terão aplicação recíproca pela China em mesmo montante. Também está no radar o relatório oficial de emprego (payroll) norte-americano e os dados da balança comercial de maio do país, que podem mexer com as apostas de política monetária do Fed e alimentar a discórdia comercial, apesar da previsão de queda do déficit americano com os chineses para US$ 43,8 bilhões (-US$ 46,20 bi em abril).

Para o payroll, os analistas esperam criação de 195 mil postos (+223 mil em maio) e estabilidade na taxa de desemprego, em 3,8%, e também do aumento do salário médio por hora (+0,3%), que fechou maio em US$ 26,92.

Com o feriado da independência americana na quarta-feira, dia 4, os mercados fecharão mais cedo na terça-feira (3) em Nova York e a ata da última reunião do Fed e os dados de criação de empregos no setor privado do país em junho foram adiados para divulgação na quinta-feira, 5.

No mercado local, o Tesouro já programou atuações extraordinárias para terça e quarta-feira, para prover liquidez e contribuir para o bom funcionamento dos mercados.

Na nova Pesquisa Focus divulgada pela manhã, cujo formato agora inclui projeções para os três anos seguintes, além do corrente, o IPCA para 2018 subiu de 4,00% para 4,03%; para 2019, permaneceu em 4,10; para 2020, manteve-se em 4% assim como para 2021. Para o câmbio, a projeção para o fim de 2018 subiu de R$ 3,65 para R$ 3,70. E as expectativas para alta do PIB de 2019 caíram de 2,60% para 2,50%.

Mais cedo, a FGV informou que o IPC-S subiu 1,19% em junho (ante 0,41% em maio) – maior taxa para mês da série histórica. Assim, o IPC-S acumula avanços de 3,00% no ano e de 4,43% em 12 meses, depois de 2,87% no período finalizado em maio.

O resultado mensal do IPC-S ficou abaixo da mediana de 1,23% da pesquisa do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo de 1,13% a 1,35%.

Às 9h28 desta segunda-feira, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subia a 9,32%, de 9,31 no ajuste de sexta-feira, dia 29. No câmbio, o dólar à vista subia 0,50%, aos R$ 3,8970. O dólar futuro de agosto estava em alta de 0,45%, aos R$ 3,9070.

Na agenda da semana, os destaques são a produção industrial de maio, na quarta-feira, e o IPCA de junho, que será conhecido na sexta-feira. Ambos os dados também devem refletir os efeitos da paralisação dos caminhoneiros sobre a economia, com retração da atividade e aceleração dos preços, sobretudo dos alimentos.

Autor: Silvana Rocha
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