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Os Santos juninos

03/07/2018
Os Santos juninos

Junho não é só um mês de grandes festas populares. Também é o mês que conta com vários santos populares que atraem a atenção de muitos devotos. São Justino, nascido em uma família pagã, estudioso de filosofia e possuidor de grande cultura, converteu-se ao Cristianismo, depois de rejeitar “falsas” verdades dos sábios. Mesmo leigo, foi considerado o primeiro Padre da Igreja, logo depois dos primitivos apóstolos. Foi decapitado na Roma antiga, no ano 167 d.C. São Marcelino e São Pedro foram mártires. O primeiro foi ordenado Sacerdote, enquanto o segundo recebeu apenas a ordem menor do exorcitado, mas a Santa Sé inscreveu seus nomes no Cânon tradicional da Santa Missa. Santa Clotilde era uma viúva, que em face de sua fé e zelo apostólico conseguiu a conversão do seu marido, Clóvis, Rei da França, e de todo o seu reino. São Bonifácio, monge inglês, foi responsável pela instalação do Cristianismo na Alemanha. Em Hessen, Bonifácio ordenou a derrubada de uma árvore cultuada pelos bárbaros, que acreditavam morar ali uma divindade. Os pagãos foram assistir à derrubada da árvore, na certeza de que o “deus” ofendido fulminaria Bonifácio. Mas nada aconteceu e houve muitas conversões. Sobre esse local, Bonifácio, já Bispo, edificou uma igreja dedicada a São Pedro. Como arcebispo de Mogúncia, sofreu o martírio e foi decapitado por pagãos. São Barnabé, embora não fosse um dos 12 apóstolos, foi quem apresentou São Paulo, seu grande amigo, aos cristãos de Jerusalém, quando ainda havia ainda muita desconfiança sobre a sinceridade de “Saulo”. Segundo a tradição, ele acompanhou São Paulo durante sua primeira viagem apostólica. São Barnabé foi martirizado em Chipre, sua terra natal.

E lá se vão mais de trinta nomes de Santos no mês de Junho. Porém, entre todos se destacam Santo Antônio de Lisboa, também conhecido como Santo Antônio de Pádua, por ter vivido nessa cidade italiana. É o Santo mais popular em todo o mundo. Nasceu em Lisboa (Portugal). Foi monge agostiniano, mas depois ingressou na Ordem Franciscana. Pregou na Itália, no sul da França e em Marrocos, na África. Conhecia quase toda a Bíblia e tinha um dom especial para explicar as Escrituras. Foi Professor de Teologia. São Francisco de Assis, que foi seu contemporâneo, chamava-o de “Meu Bispo”. Faleceu em 1231, com 36 anos de idade. Sua língua, que tanto pregara a palavra divina, foi preservada da corrupção e até hoje é venerada num relicário, em Pádua. O papa Pio XII, em 1946, declarou-o “Doutor Evangélico da Igreja”. É padroeiro de Portugal. São João Batista foi o precursor de Jesus de Nazaré, o Salvador. Embora tenha sido concebido no Pecado Original, foi dele purificado antes de nascer. Sua mãe, Santa Isabel, era prima de Maria, a Virgem Santíssima, e por ela foi visitada, que por sua vez portava no seio o Salvador. São João Batista é o único santo cujo nascimento se comemora na Liturgia, além de Jesus e da própria Virgem Maria, que foi concebida isenta de todo pecado. São Pedro, reconhecido como “Príncipes dos Apóstolos” e “Vigário de Jesus Cristo”, representa uma das colunas da Igreja. Foi um dos doze Apóstolos. Em Roma foi seu primeiro Bispo e lá foi martirizado. Seu nome original era Simeão (Simão). Jesus, o Cristo, apelidou-o de “Petros” (Pedro), que, em lígua grega, deriva da palavra “petra” e significa “Pedra” ou “Rocha”. São Paulo o chamava de Cefas que, em aramaico, também significa “Pedra”.

Sendo assim, os Santos que se comemoram no mês de junho são espelhos da alma vivente das coletividades latinas, e a exemplo da descontração e das brincadeiras praticadas por Santo Antônio de Lisboa, pode-se dizer que eles fazem as Festas Juninas muito mais alegres e divertidas com fogos e barulhos, danças e cânticos, fogueiras e luminárias, bandeiras e bandeirolas, risos e superstições. Isso sem falar, na imaginação fértil do povo nordestino que faz acrescer às festividades suas crenças e lendas, em torno da devoção desses notáveis Santos. Pensemos nisso! Por hoje é só.