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Dólar sobe com tensão comercial no foco antes do jogo do Brasil

02/07/2018

As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China mantêm o dólar forte no exterior e se sobrepõem à influência do início da rolagem de swaps de agosto (com vencimento total de cerca de US$ 14 bilhões) nos negócios locais. O Banco Central antecipou o leilão de rolagem nesta segunda-feira, 2, para 10h30, por causa do jogo do Brasil na Copa do Mundo de futebol, e a oferta será de até 14 mil contratos (US$ 700 milhões). Com o início da partida do Brasil contra o México às 11h, a liquidez tende a diminuir.

Até por volta das 9h30, o dólar ante o real operava em alta, adicionando pressão aos juros futuros que também são afetados pelo recuo do rendimento dos Treasuries. Já o Ibovespa futuro acompanhava as perdas das bolsas internacionais.

Na próxima sexta-feira, dia 6, devem entrar em vigor as tarifas americanas sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses, que terão aplicação recíproca pela China em mesmo montante. Também na sexta é esperado o relatório oficial de emprego (payroll) norte-americano e os dados da balança comercial de maio, que podem mexer com as apostas de política monetária do Fed e alimentar a discórdia comercial, apesar da previsão de queda do déficit americano com os chineses para US$ 43,8 bilhões (-US$ 46,20 bi em abril).

Para o payroll, os analistas esperam criação de 195 mil postos (+223 mil em maio) e estabilidade na taxa de desemprego, em 3,8%, e também do aumento do salário médio por hora (+0,3%), que fechou maio em US$ 26,92.

Com o feriado da independência americana na quarta-feira (4/7), os mercados fecharão mais cedo na Terça-feira (3) em Nova York e a ata da última reunião do Fed e os dados de criação de empregos no setor privado do país em junho foram adiados para divulgação na Quinta-feira (5).

No mercado local, além da rolagem integral de swap de agosto, o BC prometeu que continuará, sempre que necessário, realizando leilões de swap e de linha com recompra, sem estabelecer montantes.

Às 9h28 desta segunda, o dólar à vista subia 0,41%, aos R$ 3,8935. O dólar futuro de agosto estava em alta de 0,40%, aos R$ 3,9050. Na renda fixa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subia a 9,32%, de 9,31 no ajuste de Sexta-feira.

Na agenda da semana, os dados são a produção industrial de maio, na quarta-feira, e o IPCA de junho, que será conhecido na sexta-feira. Ambos os dados também devem refletir os efeitos da paralisação dos caminhoneiros sobre a economia, com retração da atividade e aceleração dos preços, sobretudo dos alimentos.

A divulgação dos números de junho da balança comercial ficaram para terça-feira em virtude do jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo no fim da manhã.

Autor: Silvana Rocha
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