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Ações de saúde são ofertadas no Centro de Arapiraca, nesta segunda (16)

16/07/2018
Ações de saúde são ofertadas no Centro de Arapiraca, nesta segunda (16)
Com toque musical e bom humor, peça levou temas atuais para praça pública (Foto: Genival Silva)

Com toque musical e bom humor, peça levou temas atuais para praça pública (Foto: Genival Silva)

A Arte é um bem, um direito que todos nós temos. E, para tanto, deve se haver o acesso a ela. Por isso o Teatro Popular de Ilhéus, da Bahia, trouxe para Arapiraca um novo jeito de apresentar uma performance cênica.

O espetáculo “Medida Por Medida” aconteceu nesta quinta-feira (12) nos fundos do Ginásio Municipal João Paulo II, no Parque Ceci Cunha, no Centro de Arapiraca, atraindo centenas de pessoas.

Além da impecável montagem da peça de William Shakespeare, o que mais chamou a atenção foi a presença de recursos como a audiodescrição para os deficientes visuais e uma intérprete de Libras para os surdos.

Com a inclusão, a Arte pode chegar a todos e todas, sem distinção, tocando no âmago de quem quer que seja. Este é o objetivo dela. E todo mundo se emocionou junto.

A inclusão se fez presente, alcançando todos os públicos; no detalhe, a audiodescrição (Foto: César Dias)

A inclusão se fez presente, alcançando todos os públicos; no detalhe, a audiodescrição (Foto: César Dias)

O espetáculo

Pela primeira vez em Alagoas e, consequentemente, em Arapiraca, a peça “Medida Por Medida” teve 70 minutos de apresentação em praça pública – como era feito o teatro antigamente.

Com uma linguagem acessível, bom humor e um toque musical, ela falou sobre hipocrisia, sexo, traição, justiça, abuso de poder e relações humanas.

No enredo, o Duque de Viena fingia sair da localidade para deixar seu imediato tomar o poder; é aí que se revela a verdadeira face de Ângelo – que tinha “anjo” apenas em seu nome. Disfarçado de clero, o Duque via tudo do meio do povo.

Ele, Ângelo, reativou uma antiga lei, mandando fechar prostíbulos e proibindo a fornicação (o sexo) antes do casamento. O detalhe é que ele próprio tinha uma amante; e ela engravidou de Cláudio. A irmã deste último oferece sua virgindade para que ele não vá à forca.

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Gratuitas, as oficinas teatrais aconteceram na Casa da Cultura (Foto: Genival Silva)

As oficinas

É neste imbróglio que se dá a trama. E isso tudo foi revisto em duas oficinas realizadas na Casa da Cultura, nesta sexta (13).

Na primeira, a “Desmontagem do Espetáculo”, houve bate-papo com o grupo baiano Teatro Popular de Ilhéus; apresentação do histórico deles; contexto que motivou a montagem; demonstração de trabalho com o elenco; experimentação da técnica do Mondrongo com os participantes; e avaliação final.

Na segunda, direcionada aos grupos teatrais da cidade, houve a apresentação do histórico do grupo Teatro Popular de Ilhéus; histórico do espetáculo “O Inspetor Geral”; histórico do espetáculo “Medida Por Medida”; leitura do original de cena da peça “O Inspetor Geral”; leitura da cena transposta para cordel; leitura do original de cena da peça “Medida Por Medida”; leitura da cena transposta; interação dos participantes fazendo a transposição de cenas dos dois textos; exercícios de equilíbrio, força, tensão, relaxamento, peso e contrapeso; aplicação da técnica do Mondrongo; leitura das cenas transpostas pelos participantes; montagem das cenas; apresentação das cenas; e encerramento com bate-papo sobre o processo.

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Paulo do Bar tocou sucessos que rolavam em seu bar e falou sobre a cultura arapiraquense (Foto: Igor Machado)

Nesta, aconteceu ainda um momento bem interessante durante o coffee break, com Paulo Lourenço da Silva, o Paulo do Bar do Paulo, fazendo uma mostra do que rolava em seu estabelecimento, que foi reduto por 40 anos dos fazedores de arte contemporânea locais.

A oportunidade também foi de intercâmbio e troca de vivências entre os membros do grupo teatral baiano, os integrantes da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude e os arapiraquenses presentes nas oficinas.

O Teatro Popular Ilhéus nasceu em 1995 no sul da Bahia e os espetáculos do grupo sempre se apoiam em questões atuais e em pesquisas bem fundamentadas. Esta peça de Shakespeare, por exemplo, foi fruto de uma ocupação em 2014 do Teatro Castro Alves, em Salvador, em um intercâmbio com o grupo Clowns de Shakespeare, de Natal.

Fotos da galeria abaixo: Genival Silva