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Bolsas da Europa fecham em baixa com duelo tarifário de EUA e China

18/06/2018

As principais bolsas da Europa fecharam em território negativo nesta segunda-feira, 18, imersas em um caldeirão de semeadores de incerteza que contém o duelo tarifário entre Estados Unidos e China, a iminência de uma reunião decisiva da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e o noticiário corporativo na Alemanha, onde foi preso o executivo-chefe da Audi, Rupert Stadler.

O índice pan-europeu Stoxx 600 sofreu perda de 0,83%, aos 385,91 pontos. Se destrinchado, observam-se quedas de 1,11% no subíndice de automóveis e autopeças e de 1,13% no subcomposto de bens e serviços industriais.

O alívio vivido pelos mercados durante as semanas em que Washington e Pequim aparentavam priorizar o diálogo ao enfrentamento evaporou na sexta-feira, quando o governo americano confirmou e detalhou tarifas sobre cerca de US$ 50 bilhões em produtos chineses e, em questão de horas, descobriu que seria alvo de uma retaliação de medida idêntica. Desde então, os mercados apresentam os sintomas de momentos de incerteza, entre eles um aumento da força vendedora sobre ações.

Contudo, quando o assunto são os possíveis frutos colhidos após a reunião da Opep, marcada para sexta-feira, o horizonte não se apresenta tão nítido. Os preços do petróleo evidenciam cada vez mais apostas de que o cartel e uma dezena de aliados tornarão menos rigoroso o acordo de cortes de produção de, atualmente, 1,8 milhão de barris por dia. Mas sinalizações de alguns dos signatários do pacto contrários a uma mudança brusca dos termos fez as cotações da commodity saírem do vermelho para o azul ao longo da sessão.

Em Londres, o FTSE 100 até conseguiu minimizar os danos, com encerramento em ligeiro recuo de 0,03%, aos 7.631,33 pontos, graças à recuperação das ações ligadas ao petróleo. Entre elas, as da BP subiram 1,20% e as da Tullow Oil ganharam 1,32%.

Na Bolsa de Frankfurt, contudo, o estrago foi maior em virtude de fatores locais, que levaram o DAX 30 a uma baixa de 1,36%, aos 12.834,11 pontos. Com a prisão do executivo-chefe da Audi, que fabrica os carros de luxo da Volkswagen, e de um funcionário da montadora, mais cedo, sob acusações de ocultação de provas relativas a fraudes em testes de emissão de gases – escândalo conhecido como Dieselgate -, foram penalizadas as ações de companhias do setor.

A diretoria de supervisão da Volkswagen deve indicar o chefe de vendas da Audi, Bram Schot, como executivo-chefe interino da divisão de luxo após o encarceramento de Stadler, de acordo com o jornal econômico Handelsblatt, que informa ainda que o ex-CEO será suspenso do cargo.

As perdas se distribuíram principalmente entre a Volkswagen (-3,08%) e a própria Audi (-2,99%), mas alcançaram também a Daimler (-0,95%) e a BMW (-1,15%).

O CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 0,93%, para os 5.450,48 pontos. Os papéis da Airbus escorregaram 1,64% e os da Renault caíram 1,16%, mas os da Peugeot se mantiveram no azul, com +1,18%.

Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,41%, para os 22.099,27 pontos. As ações da Enel cederam 0,78%, mas as do UniCredit subiram 0,34% e as da Telecom Italia, +0,21%.

Na Bolsa de Madri, o Ibex 35 perdeu 0,83%, aos 9.769,40 pontos, e o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, avançou ligeiramente, 0,01%, para os 5.569,83 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Autor: Nicholas Shores
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