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Ibovespa sobe 1,58% impulsionado por disparada de ações da Petrobras

09/05/2018

A disparada das ações da Petrobras foi determinante para alavancar o Índice Bovespa em um dia de agenda pouco relevante para o mercado doméstico. O índice, que tem 11% de sua composição representada pelos papéis da estatal petroleira, terminou a quarta-feira,9, com alta significativa, de 1,58%, aos 84.265,49 pontos. Os negócios na B3 somaram R$ 13,9 bilhões.

Segundo relataram operadores do mercado, as ações da Petrobras foram alvo de compras pesadas por parte de investidores estrangeiros, o que levou os papéis a altas acima de 10%. Como pano de fundo esteve uma forte aceleração dos preços do petróleo no mercado internacional, em meio a especulações em torno da retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Além disso, ainda foi relevante para os papéis a repercussão do resultado financeiro trimestral acima das expectativas.

Com o petróleo subindo mais de 3% nos futuros de Nova York e Londres, Petrobras ON e PN terminaram o dia com altas de 10,02% e 8,16%, respectivamente. Somadas, as duas ações responderam por cerca de 27% do volume de negócios na bolsa. O dia também foi de alta nas bolsas de Nova York, que igualmente tiveram ações específicas beneficiadas pela alta do petróleo.

“Por representarem um peso significativo no Ibovespa, as ações da Petrobras acabaram por contagiar outros papéis, que subiram no embalo do índice”, disse um experiente operador, que se disse surpreso com tamanha movimentação dos papéis, que há tempos não ocorria.

A agenda de balanços continuou positiva no dia, o que em parte compensou a falta de notícias do cenário político doméstico. A Gerdau reportou um lucro líquido de R$ 451 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 34 milhões do mesmo período do ano passado. Com isso, Gerdau PN teve ganho de 6,31% e Gerdau Metalúrgica PN avançou 6,43%. Outros papéis do setor siderúrgico pegaram carona com Gerdau e também subiram, com destaque para CSN ON, que avançou 2,72%. Vale ON ganhou 2,15%.

O desconforto ficou por conta do dólar, que continuou a subir e chegou a tocar os R$ 3,61 no mercado à vista. A alta da moeda favoreceu ações de empresas exportadoras, como Suzano ON (+7,18%) e Marfrig ON (+6,66%), mas manteve os investidores cautelosos em relação a questões como inflação e política monetária. Embora o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, tenha reforçado em entrevista ontem as apostas em mais um corte da taxa Selic em maio, houve alta firme do dólar e dos juros futuros.

Autor: Paula Dias
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