Geral
CVM suspende preço mínimo para CPFL
O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu na quarta-feira, 2, a decisão da superintendência de registro (SRE) da autarquia que, em fevereiro, havia definido um preço mínimo para a oferta pública de ações da CPFL Renováveis. Por outro lado, manteve a determinação para a chinesa State Grid reapresentar a demonstração de preços oferecidos pelos papéis com alguns ajustes. O resultado consta da ata da reunião de quarta-feira, divulgada no fim da noite.
Na prática, a CVM acatou parcialmente o recurso da chinesa depois que os minoritários reclamaram do preço ofertado. No voto do presidente da autarquia, Marcelo Barbosa, há críticas a uma série de justificativas dadas pela State Grid em seu recurso. Uma delas foi a desvinculação do preço da CPFL Renováveis daquele ofertado pela controlada CPFL Energia.
A decisão de quarta é mais um capítulo na briga bilionária entre a gigante chinesa e os minoritários da CPFL Renováveis, representados por grandes investidores, como Pátria e BTG. A State Grid foi responsável por uma das maiores transações do País em 2016 ao adquirir o Grupo CPFL Energia. Entre a compra do controle e das ações no mercado, a empresa desembolsou algo em torno de R$ 25 bilhões.
O negócio também incluía a compra das ações da CPFL Renováveis, uma subsidiária do grupo de energia. Foi aí que começou o conflito. A chinesa oferecia R$ 12,20 para adquirir a participação no mercado, bem abaixo dos R$ 25 oferecidos para os minoritários da holding. Os acionistas da Renováveis não aceitaram a proposta e entraram com uma reclamação na CVM, que em fevereiro decidiu a favor dos minoritários.
Na decisão, além de estipular um preço mínimo de R$ 16,69 para a oferta pública de ações – o que elevaria em R$ 1 bilhão o valor do negócio -, a SRE desqualificou o laudo elaborado pelo Banco Fator a pedido da State Grid. De acordo com a ata da reunião de quarta, nesse quesito, o presidente da CVM entendeu “procedentes as inconsistências apontadas pela área técnica no que se refere a forma de utilização dos parâmetros de perpetuidade e das taxas de impostos, bem como a escolha das ‘empresas comparáveis’ pelo avaliador”.
Em vários itens, o executivo deu razão à área técnica sobre metodologias de cálculos usadas pela State Grid para definir o preço das ações na oferta pública. Barbosa afirma que a maneira mais objetiva de se realizar uma demonstração de preços consistente e com profundidade seria usar os mesmos critérios de avaliação tanto para a controladora quanto para a controlada.
Embora a suspensão sobre o preço mínimo seja favorável à State Grid, as ponderações feitas pelo colegiado da CVM apontam que novas mudanças terão de ser feitas até que se chegue a uma conclusão. Os cálculos que levaram ao preço inicial de R$ 12,2 ofertado pela chinesa aos minoritários parecem não ter convencido a CVM. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Renée Pereira
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1SAÚDE
O que é caminhada de gorila: o exercício que está conquistando o mundo, melhorando a força e o equilíbrio
-
2EDUCAÇÃO
Em Brasília, Rafael Brito conquista aprovação do piso salarial para todos servidores da educação
-
3POLÍTICA
Bolsonaro muda agendas em SC e veta presença no palco de pré-candidata do PL que criticou sua gestão na pandemia
-
4CONTRA O POVO
Vereadores da "bancada do imperador” mantém veto à projeto de lei que proibiria corte de água e energia sem avisar consumidor
-
5'DE MESTRE DE OBRAS A PRESIDENTE DO IGPS'
O escândalo do instituto que recebeu R$ 30 milhões em Palmeira e que está sob investigação federal