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Bolsas da Europa fecham em alta com menor tensão política na Itália

30/05/2018

As principais bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, 30, lideradas pelos ganhos em Milão, com a percepção de que a incerteza política na Itália se tornou, por ora, menos ameaçadora e uma crise além-fronteiras pode ser evitada. O mercado acionário de Paris, no entanto, destoou do viés positivo, como resultado de indicadores econômicos que frustraram investidores.

O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,27%, aos 385,49 pontos. Com a disparada dos preços do petróleo, o subíndice de óleo e gás escalou 1,75%.

O FTSE MIB, principal composto de ações da Bolsa de Milão, ascendeu 2,09%, para os 21.797,82 pontos. O recuo do mau humor com ativos italianos deriva dos relatos de que o Movimento 5 Estrelas (M5S) pediu que o economista eurocético Paolo Savona, cotado para o cargo de ministro de Economia e Finanças sob um eventual governo desse partido com a Liga, retire a sua candidatura.

Some-se a isso os comentários no sentido de que o presidente do país, Sergio Mattarella, pode reconsiderar a possibilidade de dar o sinal verde a um gabinete formado pelas duas siglas populistas.

Se antes era justamente essa aliança que provocava calafrios em investidores, a reviravolta poderia evitar a convocação de novas eleições, cenário este visto como o equivalente a um referendo para decidir se a Itália deve ou não deixar a zona do euro.

Na praça italiana, os bancos ficaram entre os principais beneficiados pelas novidades. As ações do Banca Carige ganharam 1,35%, as do Intesa Sanpaolo escalaram 2,98%, as do Banco BPM dispararam 3,24% e as do UniCredit subiram 1,43%.

Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,75%, aos 7.689,57 pontos, na máxima do dia. Embora tenha pegado embalo nos ventos mais otimistas soprando de Roma, este mercado foi impulsionado principalmente pela recuperação dos preços do petróleo, que, por sua vez, reagiram a relatos de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) pretende manter o acordo de cortes de produção com nações de fora do cartel depois de 2018. As ações da petroleira BP ascenderam 2,56% e os papéis A da Royal Dutch Shell ganharam 2,64%.

A Bolsa de Frankfurt subiu 0,93%, para os 12.783,76 pontos, também na máxima. Os destaques por lá foram as multinacionais farmacêuticas Merck e Bayer, cujas ações dispararam 3,94% e 3,91%, respectivamente.

O CAC 40, da Bolsa de Paris, destoou dos seus principais pares e cedeu 0,20%, para os 5.427,35 pontos. O índice sofreu pressão da revisão pelo Insee para baixo do PIB francês no primeiro trimestre, de +0,3% a +0,2%, e com uma queda de 1,5% nos gastos dos consumidores do país em abril ante março.

Os papéis de alguns bancos foram penalizados pelo viés negativo, como os do Credit Agricole (-1,29%) e do Société Generale (-4,35%), mas os da petroleira Total avançaram 1,74% com o movimento dos preços da commodity.

Em Madri, o Ibex 35 ganhou 0,47%, aos 9.566,20 pontos. As ações do Santander subiram 1,11% e as do Bankia, 1,26%.

Já em Lisboa, o PSI 20 encerrou em alta de 1,39%, aos 5.443,56 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Autor: Nicholas Shores
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