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Porque Lula não gosta da imprensa

18/04/2018
Porque Lula não gosta da imprensa

O que LULA fez para merecer uma perseguição tão vergonhosa da imprensa? É o que questionam os militantes do Partido dos Trabalhadores. E eles, com a convicção de que sabem a resposta, dizem que “Lula colocou a desigualdade na agenda nacional e proferiu uma maldição contra os bilionários donos da mídia”. Para os aliados de LULA, ele errou quando não deu à devida importância a questão da “regulação da mídia”.

Ou seja, quando ele não fixou “os limites” para a atuação da imprensa no país durante seu governo, semelhante a “censura” implantada nos anos da Ditadura Militar no Brasil. Esse “erro” do LULA em deixar de “controlar” a Liberdade de Imprensa, como fazem os países socialistas e comunistas no mundo ditatorial, permitiu que “a imprensa nacional esteja acima da lei”, é o que dizem os aliados de LULA. Para os militantes do PT a Ditatura Militar sobreviveu por muito tempo em território brasileiro porque “regulou” (leia-se, “censurou”) os “barões” da imprensa. Na visão do PT “regular é colocar ordem”. Essa é a ideia retrógada da militância do PT que não sabe diferenciar entre “censura” e “controle social”.

Ora, a bem da verdade, o que os aliados de LULA e o próprio Lula queriam, mas não fizeram (e por isso se arrependem até hoje) era “amordaçar” a imprensa livre, estabelecendo regras de proibição (censura) nas atividades jornalísticas, com o pretexto de “calar” os proprietários das empresas de comunicação, com a frágil justificativa que estaria combatendo o enriquecimento da Revista Veja, da Folha de São Paulo, da Rede Globo, da Bandeirante e da Record. Mas, tanto LULA quanto seus aliados sabem que os “ditadores miliares e civis” não querem imprensa livre, porque a Liberdade de Imprensa permite a capacidade do profissional de publicar e de dispor de acesso a toda e qualquer informação (usualmente na forma de notícia), através de fontes e de meios de comunicação de massa, sem a interferência do Poder do Estado, pois, na ausência da Liberdade de Imprensa se instala a “repressão” e a “censura”.

Afinal, a liberdade de imprensa é tida como indispensável porque incentiva à difusão de pontos de vista diferentes, incentivando o debate político e social e por aumentar o acesso à informação, promovendo a troca de ideias, de modo a reduzir e prevenir tensões e conflitos, em respeito à cidadania e ao regime democrático de direito. De qualquer modo, a “liberdade de imprensa” corresponde à comunicação através da mídia, como jornais, revistas, rádio ou televisão, enquanto que a “liberdade de expressão” se aplica a todas as formas de comunicação social, inclusive as artes. Mas, ainda assim não somos um país livre, porque a ONG “Repórteres Sem Fronteiras” (organização de defesa da liberdade de imprensa e da segurança de jornalistas expatriados) registram em relatório anual que o Brasil ocupa a 104ª posição no “ranking” de liberdade de imprensa no mundo, dentro de uma lista composta por 180 países, onde Portugal está no 23º lugar desta relação.

O pior de tudo isso é que os militantes do PT e os aliados de LULA nada sabem sobre o Papel e a Importância da Imprensa. Eles não entendem que o Jornalismo não se resume apenas em simples noticiário diário, com a divulgação de notícias políticas, econômicas, esportivas e sociais. Eles desconhecem que os profissionais da imprensa no Brasil e no Mundo não são simples cidadãos comuns. Em suas atividades jornalísticas, estes profissionais exercem o fotojornalismo, o jornalismo internacional e o jornalismo científico ou investigativo. Além do Telejornalismo, do Jornalismo de Opinião e do Humor Gráfico, o jornalista também se utiliza da mídia alternativa, com especialização em moda, em empreendedorismo, em cultura e em artes.

Até parece que LULA e seus aliados só conhecem o “jornalismo sindical”, aquele seguimento da profissão que divulga, publica e promove as “ações dos Sindicatos e de seus dirigentes”, confrontando com a imprensa em geral, às vezes denegrindo o trabalho profissional de outros jornalistas.

Esquecem os aliados de LULA que a Imprensa não é uma empresa beneficente. Ela é um negócio econômico, que presta também um serviço relevante à nação e a sociedade. Mas, lamentavelmente, LULA costuma se comparar com o ex-presidente dos EUA, Abraham Lincoln, porém desconhece as lições do mestre: “você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo”. (Discurso em 1858). Também desconhece outra frase de Lincoln: “reputação é como porcelana fina: uma vez quebrada, é muito difícil de reparar”. Pensemos nisso! Por hoje é só.