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Pausa das apreensões na cena política dá brecha e Ibovespa sobe 0,87%

11/04/2018

A bolsa local terminou o pregão desta quarta-feira, 11, em alta de 0,87%, aos 85.245,58 pontos, descolando da trajetória de seus pares do exterior. De acordo com analistas, uma pausa das apreensões relacionadas à cena política deu brecha para a continuidade do movimento de recomposição das perdas registradas até o pregão de segunda-feira. O giro financeiro foi de R$ 10 bilhões. As blue chips, com peso significativo na carteira teórica, ajudaram a sustentar a alta do índice à vista. Amparadas pela continuidade da valorização da cotação do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras subiram 2,31% (ON) e 1,87% (PN). O bloco financeiro também apontou alta, com Bradesco PN subindo 2,34%, seguido pelas Units do Santander (1,96%) e Itaú Unibanco PN (1,65%). As ações ON do Banco do Brasil, que vinham em queda nos últimos dias ilustrando a tensão política, se recuperaram e encerraram a sessão em alta de 0,83%.Segundo Aldo Muniz Filho, analista da Um Investimentos, o gatilho de hoje está relacionado à questão político-jurídica, entre elas, a notícia de postergação do julgamento do pedido de liminar do PEN contra a prisão após a condenação em segunda instância. “O assunto não está resolvido, mas está sendo atrasado”, disse, referindo-se à suspensão por cinco dias que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou à tramitação do pedido do partido.Após o fechamento do pregão, ainda seguiam as discussões em sessão da Corte em torno do habeas corpus pedido pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, prevista na pauta. O Ibovespa praticamente passou ao largo da reação negativa das bolsas em Nova York à divulgação da ata sobre a última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Na avaliação de Filho, o documento derrubou água fria na medida em que não foi claro o suficiente sobre o rumo do aperto dos juros. Além disso, ressaltou o analista da Um, os dirigentes do Fed demonstraram preocupação com a guerra comercial, uma vez que o conflito tem o potencial de interferir no processo de equalização da política monetária. “Ainda não teve reflexo, mas isso é uma preocupação dos integrantes do Fed”, disse.

Autor: Simone Cavalcanti
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