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Bolsas de NY caem, afetadas por ata do Fed e tensões geopolíticas

11/04/2018

Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 11, em baixa, à medida que os investidores monitoraram tensões geopolíticas e a ata da reunião de política monetária de março do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Nesse sentido, nem mesmo o depoimento de Mark Zuckerberg na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos fez com que os investidores voltassem a ir às compras em Nova York.O índice Dow Jones fechou em alta de 0,90%, aos 24.189,45 pontos; o S&P 500 recuou 0,55%, aos 2.642,19 pontos; e o Nasdaq cedeu 0,36%, aos 7.069,03 pontos.Desde o início do dia, os preços das ações em solo americano operam no terreno negativo, devido à nova onda de tensões no Oriente Médio. Em seu perfil no Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou atacar a Síria com mísseis e criticou a Rússia por ser aliada do regime de Bashar al-Assad, acusado, nos últimos dias, de ter responsabilidade em um ataque com armas químicas contra civis sírios. “A Rússia se compromete a derrubar quaisquer mísseis disparados na Síria. Fique preparada, Rússia, porque eles estão vindo, belos e novos e ‘inteligentes’!”, comentou o líder americano.”Os títulos públicos estão se recuperando e as ações estão sofrendo devido aos tuítes feitos por Trump sobre a Rússia, dizendo que as bombas estão indo para a Síria”, disse o economista Christopher Rupkey, do MUFG Union Bank. Com as tensões geopolíticas envolvendo o Oriente Médio, ações de defesa ganharam impulso, mas perderam força no fim do pregão devido à ata do Fed. A Lockheed Martin subiu 0,02% e a Raytheon avançou 0,13%.Com o Oriente Médio no radar, os preços do petróleo aceleraram os ganhos e fecharam no maior nível desde dezembro de 2014. Acompanhando o movimento, ações de energia se destacaram: Chevron subiu 0,34%, ExxonMobil ganhou 0,47% e ConocoPhillips avançou 1,43%.Já a ata do Fed foi marcada pelo otimismo dos dirigentes do banco central com as perspectivas de inflação e crescimento em solo americano. O elo entre a reforma tributária nos EUA e o acordo orçamentário deste ano deve dar “impulso significativo” ao crescimento econômico do país, de acordo com os banqueiros centrais. Eles também se mostraram otimistas, mas revelaram que a magnitude e o timing dos efeitos na economia das mudanças fiscais são incertos.A inflação foi outro tópico abordado pela autoridade monetária dos EUA. Todos os dirigentes acreditam que o índice de preços dos gastos com consumo (PCE) vai chegar ao nível de 2% neste ano, enquanto alguns avaliam que a inflação está mais firme e se estabilizou, após fatores transitórios.”Não foi surpresa que a última ata do Fed tivesse uma perspectiva agressiva em relação às estimativas de juros e de inflação”, apontaram os economistas do RBC Capital Markets. Eles afirmaram que mantêm a visão de que o banco central americano elevará os juros quatro vezes neste ano e outras quatro em 2019.Nesse sentido, os mercados acionários perderam força e renovaram mínimas na hora final da sessão. O movimento só não foi mais intenso porque algumas techs continuaram em alta firme. O Facebook (+0,78%) foi uma dessas companhias, após novo depoimento de Mark Zuckerberg no Congresso. A Neflix ganhou 1,88% e a Snap subiu 2,21%.

Autor: Victor Rezende
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