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Presidentes do Brasil e Colômbia repudiam crise humanitária na Venezuela
Os presidentes do Brasil, Michel Temer, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, repudiaram nesta terça-feira, 20, publicamente a situação de crise humanitária na Venezuela e, em reuniões bilaterais, destacaram que a entrada de venezuelanos nos dois países é uma preocupação.
“Esse êxodo dos venezuelanos para o Brasil e para a Colômbia perturba os países da América Latina”, disse Temer. Ele afirmou que as duas nações querem uma relação institucional de Estado para Estado: “Mas não significa que patrocinemos o que está acontecendo na Venezuela sob o foco político”. ” Queremos a pacificação política na Venezuela, a democracia plena nas eleições e a não agressão aos que se opõem ao regime que ora lá esta constituído”, completou.
Santos disse que troca informações e experiências com o Brasil para ajudar os venezuelanos que fogem da crise. A Colômbia é o principal destino migratório de cidadãos da Venezuela. “Vamos apelar ao presidente Nicolás Maduro para que aceite a ajuda humanitária de vários países, entre eles, Brasil e Colômbia”, disse. “Não entendemos como recusam ajuda se a crise, parece muito claro, se agrava dia após dia.”
Ele cobrou uma troca maior de dados de inteligência para combate ao crime organizado transnacional, sobretudo o narcotráfico, que se aproveita das áreas de fronteira desguarnecidas. “A forma mais efetiva de combater o crime organizado é por meio da inteligência”, disse.
Santos destacou a cooperação brasileira na negociação para o acordo de paz com grupos guerrilheiros como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, pela primeira vez, deixou a luta com armas e participa das eleições no país, e o Exército de Libertação Nacional (ELN) e também no pós-conflito, período de integração dos egressos da guerrilha na vida civil. Uma das ações é a busca e retirada de minas explosivas em território colombiano. O presidente da Colômbia disse ter estabelecido a meta de acabar com as minas até 2021.
Acordos
Na cerimônia, os dois governos assinaram um memorando de entendimento para cooperação bilateral para micro, pequenas e médias empresas e artesanato. Também foi assinada uma declaração conjunta dos ministérios de comércio e indústria dos dois países para tornar ágil o comércio bilateral por meio de certificados de origem digital.
Segundo Temer, a maior demonstração de que o encontro entre os dois países foi produtivo é a previsão de que a reunião durasse apenas uma hora, mas chegou a quase duas horas. “Foram discutidas questões de Comércio, Segurança Publica e fronteiras”, afirmou. “Queremos reforçar cada vez mais nossas fronteiras”, completou.
O presidente brasileiro ressaltou ainda que, na frente econômica, as duas nações registraram o aumento de 25% do comércio. “Há potencial para fazermos muito mais”, declarou. De acordo com Temer, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) está próximo de concluir um acordo com a Colômbia. “Também patrocinaremos um acordo com o Mercosul para aliança com pacifico”, afirmou.
Santos, por sua vez, destacou a assinatura de acordos para agricultura familiar, artesanato e certificados digitais para o comércio. Ainda pediu o aumento, além do comércio, do investimento de dinheiro por meio de empresários brasileiros na Colômbia. Conforme o presidente da Colômbia, em 2017, colombianos investiram US$ 300 milhões no Brasil, enquanto os brasileiros investiram US$ 40 milhões na Colômbia. “Queremos fazer negócios. O investimento de vocês é bem-vindo”, declarou.
Santos ainda garantiu que há um ingresso cada vez maior de turistas brasileiros na Colômbia e fez votos de que aumente o trânsito entre os países. O presidente pediu cooperação na preservação ambiental e combate à mineração ilegal. Santos e Temer lembraram o acidente com o avião da Chapecoense, em novembro de 2016. O presidente brasileiro agradeceu o apoio da Colômbia no resgate e cuidados com a deleção brasileira e o colombiano acredita que a solidariedade do momento uniu os dois povos.
Autor: Carla Araújo e Felipe Frazão
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