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Juros fecham em baixa com entrevista de Ilan, RTI e clima externo positivo

29/03/2018

Os juros futuros fecharam com taxas em queda nos principais contratos, mais firme nos vencimentos de médio e longo prazos. O principal vetor dos negócios nesta quinta-feira, 29, foi a entrevista do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, que falou em “pausa” no processo de flexibilização monetária em junho, o que, juntamente com as sinalizações do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado logo cedo, reforçou nos investidores a aposta de mais uma queda da Selic em maio e a percepção de que o cenário de reversão da política monetária estimulativa ficou mais distante.

O aumento do apetite pelo risco no exterior e a ampliação da queda do dólar também ajudaram no alívio de prêmios.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 caiu de 6,239% no ajuste de quarta para 6,220% e a do DI para janeiro de 2020 fechou em 7,03%, de 7,08% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou em 7,96%, de 8,00% no ajuste de quarta. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu a 8,96%, de 9,00%.

Após o mercado conhecer as projeções para as principais variáveis econômicas no RTI divulgado logo cedo, o presidente do BC disse, em entrevista no fim da manhã, que “se as condições permanecerem como estão, continuaremos a flexibilização monetária”, mas que parece necessária uma pausa em junho para que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa avaliar tais condições para “assegurar que as conquistas de inflação e juros baixos se perpetuem”.

Como em meados deste ano o Copom já vai estar olhando majoritariamente para 2019, caberá a reavaliação do cenário, o que significa possivelmente uma pausa no ciclo de redução de juros. “A pausa parece ser necessária para avaliar, nessa dimensão de garantir o futuro, o que o Copom fará mais adiante (na reunião de junho)”, afirmou.

As declarações colocaram as taxas em trajetória firme de baixa, mesmo em meio ao leilão grande de títulos prefixados do Tesouro e que foi absorvido integralmente. À tarde, com a melhora do humor externo e a aceleração da queda do dólar, passado o fechamento da Ptax de março, os juros renovaram as mínimas.

Também repercutiu positivamente no mercado o resultado da 15ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com 13 ofertantes, dos quais 11 estrangeiros, bônus de R$ 8,014 bilhões e ágio total de 622%, o leilão foi considerado um sucesso pelo governo.

Autor: Denise Abarca
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