Variedades

Paulo Autran e o ofício do ator, como ser ‘o senhor dos palcos’

27/02/2018
Paulo Autran e o ofício do ator, como ser ‘o senhor dos palcos’

Transmitir a paixão de um grande ator como Paulo Autran pelo teatro sempre foi o objetivo de O Senhor dos Palcos, documentário de Marco Abujamra que passa nesta terça, 27, no Canal Curta!, às 23h. Só que seria impossível dar conta do que Paulo representou para a arte da representação sem abordar também sua contribuição para o cinema, a televisão. O foco, de qualquer maneira é o teatro e a forma como o artista adentrou o universo de peças emblemáticas como A Tempestade e Rei Lear, de Shakespeare, e Solness – O Construtor, de Henryk Ibsen. Marco Abujamra e a produtora Mariana Marinho também adentram o universo da casa de Paulo, que sempre foi um homem reservado. A companheira, Karin Rodrigues, mostra “o canto do Paulo, onde ele adorava se recolher”.

O filme foi apresentado em Gramado, no festival do ano passado. Segundo a produtora, mais até que um tributo ao grande ator, “provoca uma reflexão sobre como construímos nossos sonhos”. Colegas dão depoimentos, alguns bem interessantes, mas a força do filme vem do material de arquivo, que é riquíssimo. O próprio Paulo Autran aparece em sucessivas entrevistas – para Antônio Abujamra ou no programa Roda Viva – explicando seu método. Era mais ou menos um tripé – devoção ao texto, imersão no ofício e a forma mais clara de, no limite, traduzir esse ofício ao público. Paulo lembra o TBC, o Teatro Brasileiro de Comédia, a parceria com Tônia Carrero e o ator e encenador italiano Adolfo Celi.

Entre as histórias mais divertidas está o processo de sua escolha para fazer Terra em Transe, o filme cultuado de Glauber Rocha. Ele conta que Glauber foi vê-lo no teatro, mais de uma vez. Chegava a ser inconveniente. Movia-se dentro do teatro para ver Paulo de todos os ângulos. Só faltava subir ao palco. Finalmente, visitou-o no camarim e fez o convite. Durante a filmagem, quando Paulo tentava ser menos teatral, Glauber exigia – “Mais!” Bom como é o filme, fica melhor graças a Fernanda Montenegro, que lê, lindamente, uma carta que o ator lhe enviou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Luiz Carlos Merten
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