Política

Juízes formaram ‘cartel’ contra candidatura, ataca ex-presidente Lula

25/01/2018
Juízes formaram ‘cartel’ contra candidatura, ataca ex-presidente Lula
Lula em comício na Praça da República, em São Paulo (foto: EPA)

Lula em comício na Praça da República, em São Paulo (foto: EPA)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou nesta quinta-feira (25) sua pré-candidatura a presidente da República, aprovada por aclamação pela comissão executiva nacional do PT, reunida em São Paulo.

Pela lei eleitoral, as candidaturas só podem ser oficializadas nas convenções partidárias, que ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto. Até lá, Lula será considerado “pré-candidato” e não estará sujeito à proibição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Eles formaram um cartel para tomar uma decisão com o pretexto de evitar a possibilidade de que o PT tenha Lula como candidato a presidente da República”, disse o líder petista, chamando seu julgamento de “briga política”.

“Eu não cometi nenhum crime, e eles sabem que condenaram um inocente nesse país. Eles estavam efetivamente tentando condenar uma parcela grande do povo brasileiro e temem a possibilidade de esse país voltar a ser respeitado e bem governado”, acrescentou.

A cúpula da executiva do PT reuniu parlamentares, governadores e expoentes do partido para rechaçar a hipótese de um “plano B” para as eleições de 2018. Com a condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Lula será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e deve ter seu registro de candidatura negado pelo TSE, mas somente em agosto.

No entanto, o PT já indicou que pretende judicializar a corrida pelo Palácio do Planalto. Outro risco que ameaça o ex-presidente é o de prisão. Quando o processo retornar para o juiz federal Sérgio Moro, ele poderá pedir a detenção imediata de Lula, mesmo que ainda caiba recurso em terceiro grau.

O ex-mandatário foi condenado pelo TRF-4 a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido um apartamento triplex no Guarujá (SP) como propina da empreiteira OAS. Ele nega ser proprietário do imóvel.

A sentença foi dada por unanimidade e endureceu a pena que havia sido aplicada por Moro, de nove anos e seis meses de prisão. (ANSA)