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Planos de Desenvolvimento

15/12/2017
Planos de Desenvolvimento

Professor da Ufal Luiz Antonio Palmeira Cabral, contemporâneo do curso de Ciências Econômicas, enviou à minha pessoa o seu festejado livro Planos de Desenvolvimento de Alagoas, compreendendo o período de 1960/2000, impresso da Imprensa Universitária, composto de cento e setenta sete páginas.

Prefaciado pelo saudoso Professor Beroaldo Maia Gomes Rego, que, por sinal, destaca o trabalho o ex-aluno na sua explanação da obra. Traduz, portanto, conhecimento do mestre que marcou sua época como técnico de alto relevo para o Estado de Alagoas como um todo.

Segundo ele, “ Este livro apresenta um novo trabalho de análise, avaliação e confronto entre a realidade alagoana e os planos de governo. Está baseado em uma pesquisa para fins acadêmicos sobre os 12 planos estaduais de desenvolvimento ocorridos durante os mandatos de 18 governadores.

Não foi nada fácil reunir os 12 planos que estavam dispersos, encostados e relegados ao esquecimento, a caminho do limbo”.

A bem da verdade, o autor inseriu Os limites do Poder Estadual na Definição e Execução das Políticas de Crescimento e Desenvolvimento; Os Três Principais Períodos do Desenvolvimento de Alagoas a partir dos anos 60; A formação da infra-estrutura econômica e estruturação do setor público estadual ( 1964/1974); Governo Muniz Facão – Plano de Desenvolvi mento Econômico de Alagoas; Diretrizes, Estratégicas, Programas; Governo Luiz Cavalcante – Plano Trienal de Governo ( 1963/1965); Intervenção Federal em Alagoas ( 1966); Governo Lamenha Filho – Programa de Ação Governamental Integrada ( 1969/1971); Governo Afrânio Lages – Plano Estadual de Desenvolvimento ( 1972/1975).

Deve-se observar o que escrevera o autor: “ O governo Afrânio Lages, assim como o governo anterior de Lamenha Filho, poderia ter avançado muito mais no processo de desenvolvimento alagoano. Afrânio Lages e sua equipe fizeram uma administração austera e muito preocupada com a saúde financeira do Estado, tentando a todo custo evitar gastos. Se, por um lado, isso é positivo para o governo, por outro lado, fez com que o Estado não aproveitasse o bonde da história, realizando ações mais ousadas”.

Diga-se, de passagem, esses últimos governos foram referência no que tange a probidade pública.Os governos de Fernando Collor/Moacir Andrade/Geraldo Bulhões o Estado de Alagoas entrou numa depreciação. Isto é, os três governadores administraram o Estado sem a preocupação com o futuro.

E, consequentemente, a então Secretaria do Planejamento perdeu a sua profícua função, ou seja, planejar a unidade federativa para altos investimentos quer na área social, quer econômica visando gerar emprego e renda.

No governo sério de Guilherme Palmeira, a então SEPLAN fora capitaneada pelo saudoso economista Evilásio Soriano de Cerqueira.Na qualidade de técnico, indicado por ele, fiz um curso de Especialização na antiga Sudene.

Voltando à terrinha, fui designado para compor a equipe econômica composta de economistas de relevo, a saber: José Cândido, Adelmo Mendonça,Carlos Maurício ( IN MEMORIAM) e outros companheiros.Dezenas de projetos foram aprovados por órgãos federais. Instituindo, assim, o planejamento como instrumento de importância ao crescimento/desenvolvimento estadual.

No governo do famigerado Teo Vilela, filho Menestrel das Alagoas, nomeou para ser secretário de Planejamento o lobista Luiz Otávio. O resultado é que nada foi feito em prol de Alagoas. Muito pelo contrário, prometeu trazer às Alagoas cem indústrias que ficaram somente no papel.Inclusive, o Estaleiro EISA que encalhou no lago artificial de Brasília. O resultado que durante oito anos consecutivos o Estado aprofundou o subdesenvolvimento sem perspectivas desenvolvimentistas. Os Planos de Desenvolvimento ficaram no esquecimento.