Para comemorar a parceria de um ano da assistência às vítimas de infarto em Alagoas, graças ao Latin America Telemedicine Infarct Network (Latin), que visa promover o intercâmbio de informações médicas de um local a outro via comunicações eletrônicas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Hospital do Coração de Alagoas promoveram, nesta quinta-feira (14), um workshop para discutir os benefícios do serviço que tem beneficiado, e muito, o quadro clínico dos alagoanos. O evento foi realizado no auditório do Hotel Best Western, localizado no bairro da Pajuçara, em Maceió.

Profissionais da área do Hospital do Coração de Alagoas e do Hospital Geral do Estado (HGE) puderam ver palestras sobre os temas que envolvem os cuidados paliativos da dor torácica, a sistematização de assistência de enfermagem e a sua aplicação ao paciente com infarto agudo do miocárdio, bem como a importância da plataforma Latin Lumen Foudation, a fim de discutir e apresentar as melhores formas de tratar o paciente oferecendo-lhe o bem-estar adequado e necessário durante a etapa do tratamento médico.

Na ocasião, o diretor do Hospital do Coração e presidente da Fundação Cardiovascular de Alagoas, Ricardo César Cavalcanti, destacou que o projeto tem como finalidade não apenas tratar o infarto das pessoas que estão sendo acometidas nos dias de hoje, mas organizar uma sistemática para cuidar das futuras gerações.

“É um projeto que, desde a sua implantação, tivemos resultados imediatos, uma vez que a estrutura médica é de alta complexidade, para fazer o tratamento padrão do cateterismo cardíaco e da angioplastia coronária, de forma a ter um diagnóstico precoce e um tratamento rápido”, destaco o médico.

Durante sua explanação, Ricardo César Cavalcanti destacou que a telemedicina trouxe novos desafios à assistência, educação e pesquisa em saúde para o Estado. Com ela, foi possível levar medicina especializada aos municípios alagoanos, evitando deslocamentos desnecessários de médicos e pacientes, favorecendo a troca de conhecimentos.

Latin em Alagoas – No interior, o Programa funciona nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dos municípios de Delmiro Gouveia, São Miguel dos Campos e Coruripe, além de Arapiraca, no Hospital  Regional. Em Maceió, o serviço funciona nas UPAs do Trapiche da Barra e do Benedito Bentes.

“Neste projeto, em especial, temos uma central com vários cardiologistas, altamente especializados em diagnóstico de infarto. É trocar o diagnóstico de alguém que eventualmente olha um eletrocardiograma, por outro que só faz esse tipo de exame. Dessa forma, isso tem refinado e melhorado o diagnóstico, sem dúvidas”, afirmou Ricardo César Cavalcanti.

Presente ao evento, o superintendente de Atenção à Saúde da Sesau, José Medeiros, destacou que, até a implantação do serviço no hospital, os pacientes que sofriam um Stemi (infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST), que é a forma mais fatal de um ataque cardíaco, morriam, ou, mesmo sendo salvos, tinham uma perda de qualidade de função do miocárdio.

“O advento desse programa para dentro do hospital, tem viabilizado a rapidez desde o diagnóstico até o tratamento, uma vez que 342 alagoanos já fizeram a angioplastia primária. É um projeto tem um custo baixíssimo e, nesse caso, especialmente, sai de graça para o Estado, porque é um plano mundial”, ressaltou.

Como funciona – Ao ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o paciente com suspeita de infarto é submetido a um eletrocardiograma, que é transmitido via internet para ser analisado na Central de Telemedicina do Hospital do Coração, em Minas Gerais. O laudo, em até 10 minutos, retorna para a equipe do Hospital do Coração de Alagoas, que encaminha o resultado do exame para a UPA, informando se é necessário ou não submeter o paciente ao trombolítico (medicamento que desobstrui as artérias do coração). Se confirmado o diagnóstico de infarto, o paciente é encaminhado para o serviço de Hemodinâmica do Hospital Geral do Estado (HGE), onde recebe todos os cuidados necessários