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A reforma política

02/09/2017
A reforma política

O Congresso Nacional começou a discutir a reforma política, isto é, as novas regras que nortearão às eleições que se avizinham. E, por isso, consta na pauta o voto distrital,  a criação do fundo bilionário partidário financiado  com dinheiro público, o fim das coligações e, principalmente, como se dará as novas manobras que visam manter o status quo dos velhos caciques políticos.

Nesse contexto, os grandes partidos então ameaçados à extinção, e, por conseguinte, a sociedade civil organizada fica a espera das decisões na capital federal. Dir-se-á que não adianta tentar enganar a população. Muito pelo contrário, não se votará mais em partidos, e, sim, nos candidatos que tiverem propostas viáveis a fim de extinguir: o déficit público, bem como acabar com  essa corrupção gerada nos governos petistas. Por exemplo, a recessão econômica que tirou quatorze milhões de brasileiros da PEA ( População Economicamente Ativa) deve ter prioridade ao novel presidente da República.

Quando se fala em reforma partidária, a colunista da VEJA – Dora Kramer – no seu artigo intitulado O DOM DE SE ILUDIR, tece comentários sobre as novas siglas que serão votadas  pelas duas Casas congressuais.

 “ Por essa lógica, o PMDB voltaria a ser MDB, o DEM, que já foi PFL, seria rebatizado de Centro Democrático, o PEN a responder pelo dístico Patriotas, o PP a ser reconhecido pelo nome de Progressistas, o PSDC a se chamar DC, o PSL seria Livres e o PTdoB, Avante. Para chegar aonde, senhoras e senhores? Isso mesmo, a lugar algum, porque se trata de uma remodelação de fachada”.

Enquanto isso, o PT chamar-se-á de Partido dos Trambiqueiros que lesaram a Nação em termos econômicos, enganando os próprios trabalhadores que reelegeram o ex-metalúrgico que passou toda sua vida à porta das empresas pregando greve e aumento de salários.

A propósito, o famigerado Luís Inácio Lula da Silva excursiona pelo sofrido Nordeste à cata de votos para voltar pela terceira vez à Presidência da República. Segundo ele, “ vou consertar este país que os políticos destroçaram”. Veja bem, excluiu o próprio nome desse desserviço prestado à Nação brasileira como um todo.

  Esqueceu, portanto, sua condenação de nove anos e meio feita pelo probo juiz federal Sérgio Moro. E, por conseguinte, a sentença será ratificada (antes das eleições de 3 de outubro de 2018) pelo Tribunal Federal de Porto Alegre. Assim sendo, inviabilizará sua pretensão de voltar a governar este Brasil que, em hipótese alguma, poderá ser assemelhado com à Venezuela do ditador Maduro.

O senador Romero Jucá ( PMDB/RR), líder do governo de Michel Temer( PMDB/SP), foi denunciado mais uma vez pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção ativa/passiva e lavagem de dinheiro. Tudo indica que seu Estado cassará seu nome como represália à sua falta de decoro parlamentar.

Aécio Neves ( PSDB/MG), por sua vez, teve sua irmã presa por corrupção e outros ilícitos cometidos pela família. E, por isso, não tem mais condições de pleitear à Presidência da República. Aliás, sujou a história do saudoso avô Tancredo Neves.

Por outro lado, o ex-presidente da República José Sarney ( PMDB/MA) também fora denunciado por corrupção ativa/passiva. Mesmo assim, mantém o filho à frente do Ministério do Meio Ambiente. Trata-se, por tanto, de uma família que envergonha a classe política brasileira.

 O ex-ministro da Saúde de FHC, José Serra, entrou no rol dos denunciados por falta de ética, transparência pública e, mesmo assim, esbraveja honestidade na sua prestação de contas eleitoral. Segue como se nada tivesse cometido contra à sua própria saga política.

 E, finalmente, o senador Fernando Collor de Mello, cassado seu mandato na década de noventa. Saiu do Palácio do Planalto pelas portas dos fundos. O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República por atos nocivos contra o patrimônio nacional.

Diante desse quadro assustador de corrupção generalizada, resta tão -somente indagar: em quem votar para presidente da República em 2018? Faltam líderes, homens públicos com vergonha na cara. E, o pior, há trinta e cinco partidos que não se credenciam à empreitada política. Urge, portanto, que haja a institucionalização do voto facultativo como acontece na Terra do Tio Sam.

 Parafraseando o ministro do STF, Luís Roberto: “ Se não passar a reforma política, vamos continuar afundando no lamaçal, e a lama já passou do pescoço”.Em outras palavras, o mar da sem-vergonhice política  atingiu  nível insuportável no seio da sociedade civil organizada. Que venha o voto distrital !