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Por que construí Brasília

09/09/2017
Por que construí Brasília

“ Por que construí Brasília” de autoria de Juscelino Kubitschek, 477 páginas, narrativa interessante de uma obra histórica que veio à tona por intermédio do Senado Federal, integrando a Coleção 500 Anos. Hoje, a capital federal transformou-se num bancão de negócios escusos contra à Nação que vive uma recessão econômica originada pelos governos petistas.  Mesmo assim, o torneiro mecânico Luís Inácio Lula da Silva excursiona pelo Nordeste à cata de voto para voltar à Presidência da República.

Segundo o maior/melhor presidente deste país ( JK): “ Tudo que sou, como cidadão, como brasileiro, como homem público, à minha mãe o devo. E foi no seu exemplo que me inspirei para realizar o meu destino. Sem a sua lição diante dos meus olhos, eu não teria feito Brasília”. A saudosa dona Júlia, professora primária, com seus parcos recursos conseguiu formar uma filha, bem como em medicina legou a figura pública ilibada de seu filho que deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.

Por outro lado, sua filha Márcia Kubitschek sentenciou: “ Meu pai foi senhor do tempo. Se o tempo era pouco, seu afeto supria, na intensidade, as horas de ausência. Sua família e amigos sempre ansiavam por sua chegada, que percebíamos pela firmeza dos passos, pelo calor da voz, pela ternura das mãos e pelo brilho dos olhos”. Construiu uma cidade que a denominou de “ Cidade da Esperança”. Infelizmente, o Congresso Nacional macula sua história. Isto é, a transformaram num trampolim para vilipendiar o Erário nacional sem piedade do povo brasileiro.

Brasília, por sua vez, surgia do nada, apenas da ideia fecunda do seu preclaro filho da bucólica Diamantina. Prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais, deputado federal por duas vezes, fez de seu tirocínio administrativo estuário das ideias democratas inspiradas no seu coestaduano Tiradentes.

O jurisconsulto San Tiago Dantas elaborou a mensagem e o respectivo projeto de lei. Oscar Niemeyer foi o idealizador da modernidade. O plano Piloto ficou a cargo de Lúcio Costa. Enfim, uma equipe talentosa ajudou a construir uma capital modelo, sinônimo de projeto arrojado para o seu tempo de empreendedor. O Rio de Janeiro não dispunha de infraestrutura para acomodar o futuro do Brasil. Basta tão- somente contemplar a Cidade Maravilhosa hoje, que, por sinal,  ostenta uma violência urbana que assusta não só os habitantes nativos, mas os visitantes que são assaltados à luz do dia.

A bem da verdade, o Plano de Metas ( 1956/1961), foi o primeiro programa governamental brasileiro com  o objetivo de promover o desenvolvimento do país, tendo sido a primeira experiência de planejamento de estado. Alguns criticaram o JK por abrir o capital estrangeiro responsável pelo incremento da indústria automobilística, bem como a outras indústrias que  transformaram a capital mais capacitada em termos tecnológicos. O resultado não poderia ter sido outro. Dispõe-se de uma sede de governo à altura das necessidades da atual agenda neoliberal capitaneada pelo Michel Temer ( PMDB/SP).

A industrialização baseou-se no Estado nacional, capital privado e estrangeiro. JK rompeu com o FMI que, por sua vez, não apoiava o empreendimento genuinamente brasileiro voltado para a eliminação do processo de substituição de importações. Cujo atraso provocou o subdesenvolvimento da América Latina como um todo, segundo o economista paraibano Celso Furtado, meu professor no curso que realizei na Sudene, criada por ele em 1959.

Começava, assim, a promover um processo de industrialização “ para dentro” e não “ para fora” seguindo os ditames daquele organismo internacional. Dessa forma, foi possível realizar o cronograma do futuro para este gigante que foi acordado pelo médico-empreendedor.

“Fixei-me na epopeia que havia sido a construção de Brasília: rapidez, decisão e determinação. No dia 2 de outubro de 1956, pisei o planalto pela primeira vez. No dia 10 de novembro do mesmo ano, inaugurei o Catetinho. Em março de 1957, um trator abriu espaço no cerrado para a armação das primeiras barracas. A primeira estaca fincada na Praça dos Três Poderes, em 4 de janeiro de 1958. E, às 9 horas do dia 21 de abril de 1960, declarei no salão de despachos do Palácio do Planalto, esta frase: “DECLARO INAUGURADA A CIDADE DE BRASÍLIA,     CAPITAL DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIl”.

Juscelino Kubitschek foi, sem dúvida alguma, um desbravador para que se tornasse real seu slogan: “ CINQUENTA ANOS EM CINCO    ”. Fez o que tinha de ser feito, realizou as obras de seu tempo. Edificou o alicerce do futuro e, por com seguinte, ficou na história comO homem público probo. Infelizmente, foi assassinado de acordo com o Dr. Ivan Barros no dia 22 de setembro de 1976. Organização: Francis Lawrence.