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O Homem Bom

01/09/2017
O Homem Bom

No dia 19 de março de 1813 nasceu David Livingstone na Escócia. Antes de sua juventude trabalhava numa fiação, por dia, doze horas. Tornou-se jovem, atraente porém era acanhado. Foi estudar medicina e teologia.

 Ao fazer seu primeiro sermão, ficou como que atônito e chegou a dizer: Esqueci-me de tudo o que havia de dizer. Acanhado e pesaroso, desceu silencioso do púlpito. Foi em seu socorro Robert Moffat que muito confortou David, procurando alevantar o ânimo pelo fracasso da homilia.

A verdade é que, passada a aflição, David ficou muito compadecido dos pobres africanos. O tráfico de escravos era intenso e por isso o médico e missionário que era David tomou o propósito de, com seus conhecimentos, ajudar aquele povo sofrido.

Os africanos que recebiam as orientações médicas de maneira amorosa e delicada começaram a chamar o recém-chegado de Homem Bom. Os negros que nunca tinham visto um homem branco perderam o receio e a desconfiança do estrangeiro e muitas doenças foram debeladas com as orientações médicas do homem branco.

Tempos depois, Livingstone casou com Mary. Ela era nascida na África e estava acostumada às dificuldades da vida e os problemas do deserto.

 Passados alguns anos, Mary contraiu uma febre perniciosa  e veio a falecer. Abatido pela saudade passava grande parte do dia junto da sepultura de Mary que fora sua esposa e grande colaboradora. Em 1864 voltou a visitar as tribos onde havia trabalhado e observou com grande alegria o resultado de suas atividades. Crianças frequentando escolas, práticas sanitárias sendo observadas e as igrejas funcionando.

 Na Inglaterra sentiram a falta do médico e missionário. Resolveram ir a  sua procura. E no mês de novembro chega uma notícia. Um branco vem dirigindo uma caravana. O branco de elevada estatura pergunta: É o doutor Livingstone? E disse que estava na hora de voltar à sua Pátria.

Apesar de insistentes rogos, eis a resposta:  “Tenho ainda muito que fazer aqui”. E não voltou. A verdade é que certa noite Livingstone sentiu-se tão cansado que tinha dificuldade de falar. Com muito cuidado os seus auxiliares o colocaram na cama. E antes do amanhecer, o médico missionário foi encontrado morto. Estava de joelhos, junto da cama, com a cabeça apoiada sobre as mãos postas, conforme escreveu Armstrong.

 Explodiu de cabana em cabana, de aldeia em aldeia a notícia: “Morreu o Homem Bom”. A verdade é que seu corpo foi levado para a Inglaterra e lá foi sepultado. Contudo arrancaram-lhe o coração para respeitosamente ser enterrado em território africano.
Pode-se dizer que, por onde passou o trabalho do missionário e médico, muita coisa melhorou e é uma espécie de monumento dinâmico em honra do Homem Bom.